Naqueles nossos belos
tempos em BQ, as mais lindas “meninas”
de Barbacena, tanto aquelas das tradicionais famílias mineiras, quando muitas
acabaram casando com nossos Oficiais; assim como aquelas, digamos, mais
liberais e “compreensivas”, isso sem falar daquelas que moravam nas casas das
meninas consideradas “desonestas”; mas todas, sejamos honestos, “amavam”
os seus famintos aluninhos, que passavam longos dias longe de casa e no maior
sufoco; na maior rotina do mundo: físicas, químicas, matemáticas, sugatórias,
ordem unida, tiro ao alvo com pesados mosquetões e pistolas .45, e muitos e
muitos outros eteceteras; de modo que quando chegava os fins de semana, elas
corriam para descansar os nossos braços, o que provocava a ira dos rapazes da
cidade; e era quando o pau comia solto, dando trabalho para as patrulhas e para
o “Oficial de Dia”; quando eu era Tenente, depois de eu mesmo me desligar da
Aviação Embarcada, depois de um entrevero com um Capitão que não ia com a minha
cara, nem eu com a dele, e que acabei o
mandando, alto e em bom tom, na frente de todo mundo, para um lugar que eu
prometi não mais falar, e acabei transferido, de castigo, pra minha querida
EPCdoAR, onde uma vez, num sábado, estando eu de Oficial de Dia, um rapaz da
cidade, filho de uma tradicional família mineira, revolver em punho, ameaçava
os alunos numa festa num Clube da cidade; resumindo o caso; no outro dia o ‘Camarão”
mandou um “Cabo e um Soldado” buscar o menino para passar alguns dias na
Escola; é bom lembrar que estávamos nos bons tempos da “Ditadura”; depois dele
passar uma semana conosco, quando lhe era permitido visitas dos pais a qualquer hora
do dia ou da noite, quando o rapaz podia
então observar a “puxada” rotina dos alunos; e na hora que entregamos o rapaz “são
e salvo” nas mãos da querida mãe, que me chamou para um particular
dizendo:--Muito obrigado, Tenente Maciel; e agradeça ao Brigadeiro Camarão pela
lição bem merecida; pode ser que agora ele aprenda também a nos obedecer, e se
comportar como se comportam estes que consideramos os verdadeiros “Filhos do Camarão”...
Coronel Maciel.