Trinta e um de março... As “Forças Amadas do Brasil” estavam em marcha acelerada para salvar o Brasil... -- “Base Aérea de Santa Cruz”. O Coronel Rui Moreira Lima, seu comandante, decola num jato “Gloster-Meteor” para identificar a coluna do General Mourão que diziam estar chegando das Minas Gerais... Moreira Lima sabia como parar “colunas”, pois já havia feito isto na Itália, contra colunas alemãs. Naquela época ele lutava contra o nazismo, contra o fascismo; naquela época ele era a favor da democracia... Anos depois, respondendo pergunta de um repórter se ele “atiraria” no general Mourão, respondeu: -- Quando viram o meu avião, foi um verdadeiro “espalha brasa”; “um pega-pra-capar”... -- Se eu tivesse dado um tiro haveria gente correndo até hoje... Mas o avião estava desarmado... Eu fazia um simples “vôo de reconhecimento”...
Naqueles tempos já tão esquecidos Brizola formou a famosa “Rede da Legalidade”, cadeia radiofônica com mais de 150 emissoras, discursando a favor de Jango. Brizola foi o criador dos famosos “Grupo dos Onze”, células armadas para “resistência democrática”. Dizem que foram mais de 60 mil esses grupos. No Rio, era a UNE, presidida pelo Zé Serra, que se preparava para enfrentar os “gorilas”. No nordeste era o governador de Pernambuco, o Miguel Arraes, que junto com Francisco Julião preparavam a resistência armada contra a “Ditadura” que se aproximava... E assim o Brasil estava armado até os dentes para defender o que eles chamam de “democracia”...
Mas os grupos dos onzes do Brizola não saíram às ruas no dia 1 de abril de 64; nem saíram às ruas do nordeste os milhares de camponeses que Julião dizia poder mobilizar; nem saiu às ruas do Rio a UNE do Zé Serra... Na hora “H” só a classe operária foi à luta, com o CGT decretando greve geral...
Todos seus líderes, seus falsos líderes se escafederam... Uns foram se esconder no Chile, ao sabor dos vinhos chilenos; outros foram para os “Cafés” de Paris; outros para Estocolmo, deixando por aqui os mais inocentes; estudantes inocentes para servirem de “buchas de canhão” e de “mártires”, pois as esquerdas sempre precisaram de inocentes úteis para morrer por suas causas.
A maioria desses falsos líderes voltou, e estão aí cheios de medalhas, medalhinhas e medalhões... -- Até quando? -- Não sei; não sei... – Mas dizem as más línguas que até o dia quando os nossos maltrapilhos controladores de vôo resolverem realmente fazer parar todos os aviões, decretando um caos generalizado... – Quando jovens pilotos de “Mirage”, técnicos de altíssimas qualidades, mas ganhando salários de baixíssimas qualidades -- resolvam fazer passagens baixas supersônicas quebrando os vidros das janelas dos palácios dos nossos governantes, acordando-os para a nossa triste realidade...
Coronel Maciel.
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