Que merda de país é
esse?
Os meus amados ouvintes
acreditam em milagres? Acreditam em “bruxarias”? Em “Discos-Voadores”? É a fé
que fazem acontecer “milagres”, ou são os “milagres” que os levam aos caminhos
da fé e dos céus? Oitocentos mil dólares foram “milagrosamente” depositados nas
contas de um deputado federal aqui de Natal, num banco Suíço. Como a minha fé é
menor que a fé de uma formiga, jamais tantos dólares serão “milagrosamente” depositados
em minha conta num banco aqui do Brasil, quanto mais num banco Suíço!
Nem daqui a quinhentos
anos; nem com a ajuda de quinhentos juízes “Moro” a corrupção será varrida do
Brasil! Quantos são os terroristas desses que dizem terem sido perseguidos; que
dizem terem levado tremendos “beliscões” dos generais de 64, e que hoje,
milagrosamente, ocupam os melhores lugares no espaço? Quantos foram aguardar na
Europa, instalados nas melhores Universidades de Paris, ou sentados em seus
deliciosos “Cafés”, enquanto aguardavam o fim da “Ditadura”, quando sabiam que
seriam beneficiados pela anistia ampla geral e irrestrita? Quantos Cabos. Soldados,
Sargentos, Taifeiros que também se dizem “injustiçados”, e que hoje são “Coronéis”,
sem nunca terem cursado nada dos cursos exigidos para galgarem a carreira; quantos?
Pois são esses mesmos terroristas de ontem que hoje ocupam as melhores
poltronas em todos os três poderes dessa republiqueta de bananas, e que levaram
o Brasil a esta incrível situação, no meio de tantas balas perdidas desta
sangrenta guerra civil, onde se morre mais que nas guerras do “Oriente Médio”; quando
não sabemos se seremos mortos hoje ou amanhã, nesses assaltos que se multiplicam
assustadoramente neste Brasil virado no diabo. Quantos desses mais de vinte
milhões de desempregados, ao verem seus filhos, mulheres, filhas, na mais
humilhante pobreza e se deixam levar desesperadamente pelas dobras dos crimes,
enquanto deputados, senadores, governadores, presidentes, juízes sem juízo,
toda essa cambada de terroristas que se apossaram do Brasil, gozam as delícias
de viverem num outro Brasil; num Brasil longe, muito longe desta nossa triste realidade, fazendo com que nossos filhos e netos nos
interpelem diariamente, com todas as pedras nas mãos:-- Que merda de país é
esse que vocês nos deixaram?...
Coronel Maciel.
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