Brigadeiro Camarão: mais uma “Mensagem a Garcia”
Todo mundo conhece a história do Presidente Mac Kinley,
quando, numa época quando “os americanos” estavam numa “guerrinha” com Cuba, e Mac
Kinley precisava mandar uma a carta a Garcia, que era uma espécie de agente
secreto americano, “perdido” em algum lugar em Cuba. Alguém, naquele então, disse ao Presidente
que só havia “um homem no mundo” capaz de entregar essa carta. E esse homem
então foi apresentado ao Presidente. Recebeu a carta, meteu-a num invólucro
impermeável; amarrou-a no peito, e, após quatro dias, saltou de um pequeno
barco, alta noite, nas costas de Cuba. De como se embrenhou na mata para,
depois de três semanas, surgir do outro lado da ilha, tendo atravessado a pé um
país hostil e entregado a carta a Garcia. Não tenho espaço aqui agora para
narrar para vocês pormenorizadamente como tudo aconteceu. Só sei que Mac Kinley
deu a Rowan a tal carta, dizendo somente para entregá-la a Garcia. “Rowan”
pegou a carta e nem sequer perguntou: -- Onde é que ele está? ”.
Uma vez, faz tanto tempo, o Tenente Tomé e eu decolamos de BQ
para Congonhas, num “Beech Mata Sete”. Após alguns minutos de voo, monomotor.
Voltamos, para surpresa do Camarão. Era um dia de sábado, e a missão era
improrrogável. Deveríamos trazer dois professores vindos da França, para uma
conferência na EPC do Ar, para os alunos e outras autoridades da cidade. O Brigadeiro
então me chamou de lado, e disse-me assim, bem baixinho: - “Fura--Bolo”, era
assim que ele carinhosamente me chamava, pois eu cumpria, dizem que “adoidada
mente”, qualquer missão, com qualquer tempo: -- Pegue o “Regente” e me traga
eles aqui, Ora, o “Regente” vocês sabem como ele era... -- “Mensagem a Garcia”,
Brigadeiro? -- Ele me olhou, sorrindo, e me confirmou, com aquela sua cabeça
inteligente e branquinha. Congonhas estava num quase fechado "instrumentos".
Decolei de Barbacena e pousei em Congonhas, para surpresa e incredulidade
geral. Veio um oficial muito mais antigo que eu me dizer o óbvio: -- Que eu
havia cometido uma grave “indisciplina de voo” e que por ordem superior eu
estava impedido de decolar. Nestas alturas, com os franceses já a bordo, fiquei
na dúvida até onde eu poderia avançar... E avancei, colocando no plano de voo
“Operação Militar”. Chegamos em Barbacena em cima da hora para o início da
conferência, para alegria do “Camarão”. -- Missão cumprida, Brigadeiro! -- Mas
vem "bronca" pesada por aí... Ele sorrindo me despreocupou: -- Deixe
comigo, Fura Bolo...
Grande Brigadeiro Camarão, hoje voando entre os anjos e anjas
dos céus! Nunca me deixaria na mão! Grande homem! Missão cumprida, Brigadeiro!
Coronel Maciel.
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