A “Deusa”
da minha Rua.
A minha casa ficava no prolongamento da Pista Principal do Aeroporto Internacional de Val-de-Cans, o “Maior do Mundo”! A Rua? Nada tinha de extraordinária: Rua de terra batida; de Postes de Ferro no meio. Era lá que jogávamos nossas peladas, feitas com bolas de meias furtadas das nossas irmãs; de onde pegávamos peão ne unha; de onde jogávamos “peteca”; de onde brincávamos todos os tipos de brincadeiras daqueles nossos tempos de crianças. De tardezinha, chegavam os “enormes” aviões da época, vindos de todos os cantos do mundo, para pernoites em Belém, minha doce cidade morena. Passavam tão baixos; com seus trens e flaps baixados, quase roçando as linhas enceradas dos nossos “papagaios”. Eu ficava olhando e me dizendo: -- Um dia, eu ainda vou empinar um desses lindos papagaios de aço. Não deu outra: com 16 anos entrei na minha querida Escola Preparatória de Cadetes do Ar, em Barbacena, cidade das flores, de onde dei partida nos motores, “empinando” as mais lindas garças da minha querida Força Aérea Brasileira. -- “Começaria tudo outra vez, se possível fosse, meu amor” ...
Coronel Maciel.