O meu
amigo, Brigadeiro Camarão.
Como já lhes disse, esse meu ser “metafórico” sempre foi cheio
das piores arestas. Não sei como cheguei a Coronel, e, ainda por cima, “Aviador”,
sendo desse jeito. Depois de muitos “mal-entendidos” na minha vida de Tenente, fui
parar em Barbacena, “de castigo”, servir na minha querida Escola Preparatória de
Cadetes de Cadetes do Ar. Os outros Oficiais Aviadores, todos muito mais
antigos que eu, não entendiam como eu havia trocado a Aviação Embarcada, uma
verdadeira “elite”, vindo parar em BQ! Foi quando eu conheci o “Camarão”, um verdadeiro
Brigadeiro, na minha duvidosa opinião. O Camarão passava noites inteiras, sozinho
no seu Gabinete, trabalhando sem parar; mas foi quando ele descobriu que eu era
“Paraense”, e Paraense da gema, que ficamos, digamos, “amigos”. Já contei a
vocês as “missões impossíveis” que ele me “pedia”, quando eu só fazia lhe
perguntava:-- Mensagem à Garcia, Brigadeiro? E ele, sorrindo, sempre concordava.
Um dia, eu ainda era solteiro e morava no “Hotel Aliança”, quando um “Soldadinho”
veio correndo me chamar; eram duas da madrugada. Me apresentei, e o Brigadeiro:--
“Fura-Bolo”, era assim que ele carinhosamente me chamava; pegue o T-6, e vá ao
Galeão entregar esses documentos “nas mãos” do Comandante de um C-54 que vai
decolar ás seis horas para Washington. Chovia muito na rota, ou “derrota”, não
sei; mas só fiz lhe perguntar: Mensagem à Garcia, Brigadeiro? Ele sempre
concordava, sorrindo. Fui e voltei, de baixo do maior toró; de modo que, quando
ele veio para o café da manhã, na companhia dos outros “Oficiais Aviadores”, e
me vendo “são e salvo”, perguntou:-- Você ainda não foi? -- Não só já fui, com
já voltei, Brigadeiro. Foi quando ele me
deu um daqueles seus apertos de mão, tipo “quebra ossos”, dizendo:-- Esta é o
nosso Tenente Fura Bolo, o que sempre vai e sempre volta... kkkkkkk
Coronel Maciel.
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