Uma vez, e lá se vão mais de 50 anos; era um sábado de uma manhã bem fria e bem cedinho, em Barbacena, quando logo após a decolagem num “Beech-Mata-Sete, deu monomotor. Os pilotos, eu e o Tenente Tomè, que morreu dias depois, num acidente de T-6, quando, dizem, que entrou em parafuso, numa cobrinha, liderada pelo Capitão Sampaio, quando “faltou pé”, pois não podia esticar completamente uma das pernas, devido a uma “criminosa” falta recebida num jogo de Futebol, em Juiz de Fora. Tomé jogava pelo “Olimpic”, time de Barbacena. Era um grande jogador de futebol. Diziam que era disputado pelo Flamengo, como profissional. Neste sábado haveria uma Conferência de um casal de franceses na Escola, para os alunos e convidados da cidade. Foi quando o “Camarão” me chamou para um “particular”, me dizendo bem baixinho:--“Fura-bolo”, assim ele carinhosamente me chamava, pois eu era, modéstia à parte, “Piloto para qualquer tempo”:-- Pegue o “Regente” e me traga eles aqui...:-- Mensagem à Garcia, Brigadeiro? Ele me confirmou sorrindo, com aquela sua cabecinha inteligente e bem branquinha. Ora, o “Regente”, vocês bem conhecem... Decolei com destino à Congonhas, passando por cima de todas as “Regras de Voo”, para surpresa dos “Controladores de Voo”. Mas quando terminei o “Plano de Voo”, fui informado que estava terminantemente proibido de decolar. Tive que informar no Plano de Voo que estava cumprindo “Missão Militar”. Bem entendido: -- Estávamos em “Plena Ditadura”, naqueles bons tempos quando o Brasil voava com fortes “ventos de cauda”. Chegamos em BQ na hora exata do início da Conferência, quando informei ao Camarão, que me agradecia pela missão perigosamente cumprida, lhe dizendo:-- Brigadeiro, vem bronca pesado por aí... Ele então me tranquilizou, dizendo:-- Deixe comigo “Fura--bolo” ... Grande Brigadeiro Camarão!
Coronel Maciel.
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