domingo, 11 de setembro de 2022

SÂO GABRIEL DA CACHOEIRA.

 

São Gabriel da Cachoeira.

Aconteceu há não sei quantos anos; eu ainda era Capitão, debaixo da asa de um possante “Dakota” C-47, num sol equatorial quente de meio-dia, pronto pra decolar ruma à “Cabeça do Cachorro”, limites com a Colômbia, pousando em várias “Missões Salesianas”, quando um daqueles índios, nossos passageiros,  gritou:-- Pega o “viado”!. Era um “viado mesmo”, e a cachorrada magra saiu em disparada perseguindo o coitado, que voltou do maio da pista, pulou desesperado a cerca onde ficavam os tambores de combustível, bateu com a cabeça num deles,  quebrou o pescoço, morreu e foi pro céu. Chamei o nosso amigo Guarda-Campo e “ordenei” que deixasse tudo pronto para um churrasco, aguardando nosso regresso, para o pernoite. Chegamos de tardezinha, e nas margens do Rio Uaupés, um dos afluentes do majestoso Rio Negro, olhando de longe o morro da “Bela Adormecida”, jantamos o mais suculento dos churrascos, ao som de viola, cerveja e muita cachaça, pois ninguém era de ferro. Assim eram os nossos pernoites; longe de Paris, Londres, ou Nova York;  nos mais variados cantinhos escondidos nas margens dos rios e igarapés, verdadeiras veias e artérias que cortam a majestosa floresta amazônica. Velhos tempos. Saudosos tempos que não voltam nunca mais...

Coronel Maciel.

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