Mais um, ou menos um? – Cinco de Setembro. O tempo passa e agente
nem percebe! 75 anos! Sempre sentado na cabine do mesmo “avião”. Judiei muito com ele. Foram tantos os toques e arremetidas; tantas
as “emergências”!
Judiei com suas “bombas de pressões”! Com o
fígado principalmente! Este, sim, tem razões
de sobra para se vingar dos enormes sacrifícios a que foi submetido. O pulmão
também; maltratado pelo fumo durante nem sei quantos anos. E a minha cabeça? – Ah!
– minha cabeça! Esta bem que poderia vingar-se com seu cérebro, cérebro pecador
até demais! Cérebro que tantas e tantas vezes “bolou” memoráveis astúcias!
E o velho coração? -- Tuc-tuc-tuc -- Incansável!
-- Este, sim! Este eu lhes garanto que nunca fez mal a ninguém! É bem verdade
que muitas vezes foi fraco, foi mole, foi aflito; hoje chateado, amanhã feliz;
ora medroso, ora corajoso. Mas sempre disposto a compreender os maus e a
perdoar os invejosos.
Um coração que nunca
deixou de amar o canto pequenino onde nasceu e a carreira que abraçou. As estrelas dos meus tempos de menino
continuam a marchar comigo, em rútilos tropéis! Sempre brilhando sobre mim quando
declino, consolando-me nesta longa reta final.
Coronel Maciel.
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