sábado, 19 de novembro de 2016

"Pope Francis".



São muitos os casos “Casos de Amor” envolvendo Papas, Cardeais, Bispos, Padres e Freiras que vez em quando explodem por aí, fazendo com que os milhões e milhões de católicos espalhados pelo mundo fiquem perplexos, perdidos, sem compreender que “o coração tem razões que a própria razão desconhece”. Casos que me fazem lembrar o “Mário Barreto”, nosso saudoso professor de português, quando ainda “Cadetes-do-Ar”, no hoje já lendário Campo dos Afonsos.   “Mário Barreto” -- parente de Fausto Barreto, que junto com Carlos de Laet nos deram a mais que florida “Antologia Nacional” ou “Coleção de Excertos” -- sabia de “cor e salteado” a famosa Antologia com suas 592 páginas, fato que impressionava a todos nós.
Eu sempre gostei de aulas de português; não de estudar suas regrinhas gramaticais, que só servem para irritar seus estudantes.  Lógico que algumas regras são essenciais. Mas o que eu gostava mesmo era de “assistir”, quando ele, sentado em sua cadeira, pernas cruzadas, sempre vestido “à caráter”, de frente para seus alunos, nos dizia, com sua voz um pouco rouca e muito “característica” -- Hoje vou representar para os senhores a famosa peça em um ato conhecida como a “Ceia dos Cardeais”, de Júlio Dantas. E passava “a representar” de modo muito pessoal as figuras do Cardeal Gonzaga, bispo de Albano e Camerlengo; do Cardeal Rufo, arcebispo de Óstia e Deão do Sacro-Colégio; e do Cardeal Montmorency, bispo de Palestrina, que contavam para eles mesmos, enrubescidos e embevecidos, suas histórias de amor, vividas em suas distantes mocidades. O professor Mário Barreto ficava emocionado quando, ao final da representação, assim como quem acorda; os olhos cheios de brilho; a expressão transfigurada, repetia as últimas frases do Cardeal Gonzaga, quando dizia: -- Como é diferente o amor em Portugal!
Coronel Maciel.
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