Em época já bem remota;
quase esquecida, eu era Cadete do Ar, e, além de gostar muito de voar, gostava
também muito de ouvir o nosso professor de química, o saudoso professor
Boaventura, que nos brindava sempre com cinco, seis ou dez minutos de política,
antes de começar a falar de átomos com suas valências e bivalências. Falava
daqueles tempos tumultuados com a renúncia do Jânio; a posse de João Goulart,
vice do Jânio, do Tancredo Neves, entre seus íntimos -- "Doutor
Tancredo", avô do atual Aecinho Neves, entre seus íntimos -- “Aecinho do
Pó”, que me parece não ter herdado as malícias das velhas raposas políticas
mineiras, pois perdeu o título e hoje se encontra solto durante o dia e preso
durante a noite. Não sei se em noites de orgias. Tancredo, como vocês estão
cansados de saber, morreu dias antes de tomar posse, vítima de “nó nas tripas”.
Eu também, há uns 15 anos, também fui vítima desse mal, quando, operado pelo “SUS”,
perdi mais de um palmo de tripas, das grossas! Fiquei bonzinho, graças ao “SUS”...
Quando fui tirar meu
novo Título de Eleitor; na hora de responder à lindíssima e muito bem-educada
morena que me perguntava, bem baixinho pra ninguém ouvir, em quem eu iria
votar, eu, olhando bem dentro dos seus lindos olhos morenos, respondi: - - Já
estou tão velho e tão desiludido com a política que acho que nem vou votar; só
vim aqui para cumprir o que manda essa maldita lei de voto obrigatório. Ela me
olhando também bem dentro dos meus lindos olhos cobiçosos, me falou: - - Que
nada, vô, o senhor está em plena forma... – E sorrindo um lindo sorriso
sussurrou nos meus alegres e esperançosos ouvidos - - Vote no Aécio... Ele é a
nossa mais jovem e única esperança...
Coronel Maciel.
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