sexta-feira, 30 de março de 2018

Sexta Feira Santa.


Sexta Feira Santa!
Quando criança, eu tinha o maior medo de ir parar no inferno, tantos eram os meus pecados “mortais”; também tinha medo do “Lutero”, que me diziam ser pior que o cão chupando manga.  Quando criança, além de gostar de jogar bola no meio da rua -- a rua lá de casa, lá no meu Belém do Pará,  era de terra batida e tinha postes de ferro no meio -- com bolas feitas com meias de seda das minhas irmãs; gostava de jogar peteca; de  pegar pião na unha, entre outras tantas brincadeiras daqueles nossos velhos tempos, quando não havia internet, nem televisão, nem outras drogas dessas que andam  por aí; mas o que gostava mesmo era de empinar papagaio, fato que acabou me levando a empinar “aviões”, pelo resto da vida. Mas o que eu queria mesmo dizer é que, à medida que eu ia voando, voando, voando cada vez mais pertinho do céu, nunca encontrava nem disco-voadores, nem as portas do céu, coisa que eu tanto procurava; fui então ficando cada vez mais descrente, descrente de tudo, tal e qual o Papa Francisco, que não acredita no inferno; eu fiquei pior, muito pior, e hoje não acredito nem em inferno, nem no céu. Minha fé, hoje, eu acho, é menor que a fé de uma formiga; mas que saudades daqueles tempos que eu me pelava de medo de ir para o inferno...
Coronel Maciel.

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