sexta-feira, 4 de maio de 2018

Se for voar, não beba!


Foram seis anos de muita luta; anos de muitos estudos; de muito voo; e de muito trote, também. Naqueles nossos bons tempos “trote” não era brincadeira não! Mas tudo começou realmente nos dois últimos anos de Cadete. Já cansado de ouvir diariamente, sob um sol de meio nos Afonsos; de ouvir aqueles mesmos dobrados da “furiosa”, que nos ajudavam todos os dias a fazer aquela mesma curva em frente à Galeria do Cadete Imortal, para, na grande reta, prestar as devidas continências para os oficiais perfilados na pérgula da entrada da nossa querida, saudosa e legendária Escola de Aeronáutica dos Afonsos! Antes da Parada Diária, a barriga roncando de fome, eu costumava me brindar com um generoso copo da minha caninha preferida, a 51, muito bem “camuflada” no fundo meu armário. Conheci grandes pilotos “ébrios”, bracinhos, sonhadores, na minha querida Força Aérea, apaixonados, como eu, pela danada da “branquinha”.  -- Prefiro me “abster” de citar nomes, para não provocar certos melindres, pois muitos conseguiram chegar às estrelas.  Mas me arrisco a citar o meu grande amigo, o Coronel “Corisco”; outro, o “Macaco de Cheiro”, um dos melhores pilotos do mundo! Um dos melhores pianistas, também! – Encontrei-o uma vez, agora como governador da afrodisíaca ilha de “Fernão de Noronha”, quando aproveitamos para pôr em ordem nossas doses da branquinha; que saudades que eu tenho da aurora da minha vida...
Coronel Maciel.

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