segunda-feira, 6 de agosto de 2012

HIROSHIMA, MEU AMOR...


Às 08:45 horas do dia 06 de Agosto de 1945 a primeira “bomba atômica” explodiu sobre Hiroshima... Dizem que 140.000 japoneses morreram na hora, e 200.000 no total final. “Pearl Harbour” estava vingada... Hoje esta “bombinha” serviria apenas de “espoleta” para acionar as “bombas de hidrogênio”, estas sim, capazes de varrer do mapa a nossa aguerrida humanidade.

Os americanos achavam que tinham “todas as razões  do mundo” para terminar logo com uma guerra que prometia se alongar por muitos e muitos anos; eles sabiam que os japoneses jamais iriam se “entregar”, e milhões de vidas de militares e inocentes civis seriam  dizimadas. Resolveram então lançar a bomba.

Mas, o que é ter razão? Dizem que a razão é uma inesgotável fonte de sofrimentos, da qual os animais estão livres...  A razão cria verdadeiros monstros. Hitler achava que tinha todas as razões para acreditar na superioridade da raça ariana, e na necessidade de exterminar os judeus. E foi “só por isso” o responsável pela criação de dois dos mais terríveis monstros já criados pela maldade dos homens: o Nazismo e o Holocausto, quando -- uns afirmam, outros negam -- seis milhões de judeus foram mortos de modos e maneiras mais cruéis possíveis...

Às 02:27 horas do dia 06 de agosto de 1945 o coronel Paul Tibbets acionou  o motor número 3 do seu B-29 apelidado de “Enola Gay”. Depois os outros três do seu possante quadrimotor. Às 02:35 o “Covinha dois”, código secretíssimo da missão, informou à torre norte da Base Aérea de Tinian -- uma das três principais ilhas do arquipélago das Ilhas Marianas do Norte -- que estava pronto para decolar... O peso normal da decolagem seria de 65 toneladas, mais 26 toneladas de combustível, uma bomba de 5 toneladas, mais 12 pessoas à bordo. Somando tudo Tibbets verificou que estava com um excesso de 7 toneladas... Tomou então a decisão de manter o avião no solo até os últimos metros da pista, para obter o máximo de velocidade, antes de “levantar o nariz”. Mas preferiu não revelar sua intenção ao capitão Lewis, seu copiloto, que logicamente também sabia do excesso de peso.  Às 02:45 disse a Lewis: -- Vamos embora, e avançou as manetes... Tibbets olhava ansiosamente indicador de pressão de admissão. Com dois terços “consumidos” de pista o indicador de RPM ainda estava bem abaixo das 2550 desejadas, e o indicador de pressão indicando apenas 40 polegadas, insuficientes para decolar... Lewis também olhava mais ansiosamente para os instrumentos à sua frente, duplicatas dos que Tibbets monitorava.

--- Está pesado demais! – berrou Lewis... – “Puxa esta pôrra”... Tibbets ignorou Lewis e continuou mantendo o avião firme na pista. Instintivamente Lewis pegou nos comandos, quando Tibbets gritou: -- Largue isto! – paralisando o capitão, que ficou olhando para o coronel... Tibbets agora olhava fixo para o término da pista, à beira do penhasco... O Enola Gay decolou no exato momento que a pista sumiu, substituída pela escuridão do Pacífico.

Terminada a guerra, Tibbets descobriu que era uma personalidade controvertida. Ao contrário dos outros membros da sua tripulação, ele detestava publicidade. Tibbets gostava mesmo era de ser “aviador”. Voou nos aviões do Comando Aéreo Estratégico dos EUA. Promovido a general, foi servir na Missão Militar Americana, na Índia, onde foi mal recebido, com virulentas manchetes na imprensa pró-comunistas, rotulando-o como sendo o “maior assassino do mundo”...

Fora do serviço ativo, Tibbets continuou sempre perto dos “seus” aviões. Foi presidente de uma companhia de jatos executivos. Pilotava jatos “Lear”. Pediu que quando morresse suas cinzas fossem espalhadas pelos céus do seu Estados Unidos.

Coronel Maciel.