Jesus Cristo foi para
mim a criatura mais forte; mais dinâmica; mais importante do mundo! E que homem
mais solitário! Mais incompreendido!
Jesus foi o precursor do movimento romântico no mundo; inclusive com as arbitrariedades
dos homens românticos! -- Odiava o pecado, mas amava as pecadoras!- Atire a
primeira pedra! -- disse naquele caso da hoje Santa Madalena. Mas quantas vezes
eu fico na dúvida se ele era realmente filho de Deus, ou se era um homem igual
a todos nós... Que me perdoem os anjos
guardiões dos céus...
O meu neto acaba de me
pedir opinião sobre as religiões existentes atualmente neste mundão de Deus. --
Qual a melhor, vô? -- A mais verdadeira? -- Ele, que se acha assim muito perdido
no meio de tantas religiões e adeptos espalhados pelo mundo: Católica,
Islâmica, Budista; Evangélicos, Espíritas; Ateus, Agnósticos, Macumbeiros. --
São tantas...
-- Quem é o seu Deus,
me pergunta ele. -- O meu Deus é o mesmo Deus de Baruch Spinoza. -- Quem, vô? Tento explicar que é um tipo de “Deus” que
está muito mais preocupado em manter em perfeito equilíbrio as suas enormes
galáxias! (Quantas vezes ficamos, eu e ele, olhando as estrelas, pálidos de
espanto, como nos versos do Olavo Bilac...) -- Um Deus que não está “nem aí”
pela sorte e ações dos homens aqui na terra, nem pelos outros milhões de
habitantes de outros milhões planetas espalhados pelo universo sem fim. Um Deus
que me convida a desfrutar os prazeres da vida; que me convida a me divertir e
desfrutar tudo o que ele criou para mim, para nós e para você também, meu
filho!
É difícil, muito
difícil mesmo explicar para uma criança esse Deus, para mim o verdadeiro Deus;
o Deus de Baruch Spinoza.
Quantos adultos,
quantos padres, sacerdotes, papas; quantos ateus, quantos crentes, evangélicos,
espíritas também não compreendem nem aceitam o meu Deus, o Deus de Baruch Spinoza?
Coronel Maciel.