O homem, através da
razão, chega à fé... Dante, seguindo Virgílio, chega à sua Beatriz... Segundo
Voltaire, se Deus não “existisse”, seria necessário inventá-lo, criá-lo. Nota
dez para Voltaire. Nota dez também para Dostoievsky, quando nos diz que: se
Deus não existe, tudo é permitido. Parafraseando, alguém completou: Se o PT, o
partido que mais traiu os trabalhadores existe, então tudo é permitido...
Recebo um e-mail
dizendo que “Fanatismo religioso se infiltra nas Forças Armadas dos EUA”. O cadete,
Blake Page, que é ateu, pediu desligamento poucos meses antes de terminar o
curso que fazia na famosa academia militar de “West Point”, acusando oficiais da
academia de fazerem proselitismo inconstitucional, tipo cristão evangélico; e
que alguns deles pediam a presença em eventos religiosos de forma que poderiam
fazer os cadetes se preocuparem com as consequências sociais e profissionais,
no caso de não comparecerem...
Eu sempre me esforcei
por “amar a Deus sobre todas as coisas”... Mas sempre achei difícil, muito
difícil, difícil até demais não pecar... Alguém me disse que pecar é não
pecar... Rimbaud, o grande Rimbaud, sempre dizia que nada neste mundo é
vaidade... – Mesmo não entendendo, eu
admiro aqueles vivem em constantes penitências; em eternas orações. Aqueles que
decidiram trocar os efêmeros prazeres na terra, pelos eternos prazeres nos
céus... Admiro muito aqueles que cultuam seus Deuses, seus Orixás, nos
terreiros de umbandas. Admiro aqueles que o fazem nas majestosas Igrejas do
Vaticano! Admiro aqueles que estão sempre com os seus Deuses em seus
corações!
Dizem as más línguas
(ouço minha voz?) que a ignorância, o medo, as superstições, criaram os
Deuses... E, à medida que a ciência, bem devagarinho, muito lentamente, vai
avançando, vai também vencendo, desmoronando certas lendas; mitos vão sendo
desmascarados: os temidos deuses mitológicos da Grécia e da antiga Roma, hoje
estão desmoralizados; hoje sabemos que eram completamente “inofensivos”; na
realidade nem existiram. E que certos “Deuses” de agora, logo, logo serão
também desmascarados e desacreditados...
Naqueles velhos tempos,
quando ainda não havia os Satélites Meteorológicos, criou-se a lenda do
“Triângulo das Bermudas”. Navios, aviões, veleiros eram “devorados”, tragados inapelavelmente
por fabulosos monstros que nadavam naqueles mares terríveis. Hoje sabemos que
não eram monstros, nem terrestres, nem muito menos extraterrestres, como
infantilmente se supunha. Eram os perigosos furacões, hoje perfeitamente
“plotados”, fotografados e identificados com nomes masculinos e femininos nas
cartas meteorológicas. Satélites os acompanham desde seus nascimentos até suas
mortes; minuto a minuto. Hoje comandante nenhum, sejam eles de navios ou de
aviões, podem alegar que não sabiam exatamente de suas posições, para
justificar seus erros, quando decidem perigosamente enfrentá-los. É morte
certa; que o diga o “AIR FRENCE 447”...
Hoje, inútil sol
poente, só peço ao meu bom Deus que sobre a minha sepultura sejam jogados
caroços de mangas das enormes mangueiras da minha querida e doce cidade morena
de Belém do Pará, para então “me encantar” em frondosas mangueiras... E que o
“homem, a fera, o inseto, à sombra delas possam viver livres de fomes e de
fadigas; e que em meus galhos venham se abrigar as cantigas e os amores das
aves tagarelas”, como nos versos do Olavo Bilac.
Coronel Maciel.