Do jeito que as coisas
andam neste Brasil tão grande tão amado e tão traído, eu não posso acreditar na
justiça brasileira. De jeito nenhum!
Enquanto o banditismo galopa e a corrupção avança, a justiça empaca, não
anda; ou quando anda, anda pra trás, feito caranguejo, pois continua permitindo
que bandidos continuem livremente assumindo altos cargos nesta republica de
bananas. Quem me pode garantir que o tão festejado ministro Joaquim Barbosa não
seja um novo Judas? – O que existe no mundo que se possa comparar àquele último
ato da Paixão de Cristo quando, naquela singela santa ceia, ao lado dos seus
discípulos, Jesus já sabia que um deles já o havia vendido por uns tantos
dinheiros? Quanta angustia na sua alma, quando o falso amigo se aproxima Dele,
para traí-lo com um beijo! – Peço a Jesus, o nosso salvador, que eu esteja
errado! Mas nunca me esqueço de que o Joaquim
Barbosa foi um dos escolhidos a dedo pelo abominável exu de quatro dedos para
ser ministro do STF! E nós sabemos que o Lula não joga pra perder e que é capaz
de subir no pescoço da própria mãe para subir na vida...
Não deve o sapateiro ir
além dos sapatos; que devemos deixar a difícil missão de julgar a quem de
direito. Todo mundo anda dizendo que o
Presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa agiu certo na
hora de cobrar “o pênalti”, chutando a bola pra fora! -- Eu, não! Eu, em minha
sempre rasteira opinião, achei errado! Erradíssimo! Deveria ter mandado pra
cadeia todos os bandidões do mensalão, sem esperar pelo tal “transitado em
julgado”, coisa que sabemos que nunca vai chegar! -- E as sutilezas jurídicas,
os equívocos, outros equívocos; os casos, outros casos; todas as chicanas,
todas as sacanagens que irão acontecer? -- Mas, e se depois os seus pares, o
plenário do STF resolvessem o contrário, mandando abrir vexativamente a porta
da gaiola? -- Ora, pediria então as contas; pediria o chapéu; deixaria a
presidência em outras mãos, quem sabe “mais competentes” e iria tomar seus benditos
“chopes” pretos, acompanhado dos mais deliciosos tira gosto, como sói acontece
no “Bar do Luís”, lá no centro Rio, lugar que o ministro Joaquim tanto conhece!
Dizem que eu estou
errado. -- “Que os meus versos não contêm mensagens, são palavras frias sem
nenhum valor”, como nos versos do Lupicínio Rodrigues. Mas, enquanto essa tão
sonhada “democracia” não nos chega, os juízes deveriam cortar o mal pela raiz,
como se faz na seleção de candidatos a cargos públicos, para ingresso nas
Forças Armadas, e até para selecionar nossas “auxiliares domésticas”, quando
qualquer pretendente que não tiver sua “ficha limpa”, não entra... -- Então,
que se mude a Constituição, dizem os poderosos integrantes do nosso poder
Judiciário, lavando as mãos como um bando de “Pôncios Pilatos”... Ah! -- Mas
como eles sabem interpretar muito bem as leis quando querem aumentar seus altos
salários...
Mas, já que eles, os
juízes, não se acham culpados de nada, pois “não somos nós que fazemos leis”,
como eles se justificam -- então que se entregue novamente o Brasil nas mãos
dos generais para mais uns vinte anos de muita paz, progresso e tranquilidade, sem
milhares de balas perdidas zunindo sobre nossas cabeças. Mais vinte anos de desenvolvimento
sem esculhambação e não, esculhambação sem desenvolvimento! É o que meus
ouvidos andam escutando por aí...
(O que será, que será?
Que vive nas idéias desses amantes?
Que cantam os poetas mais delirantes?
Que juram os profetas embriagados?
Que está na romaria dos mutilados?
Que está na fantasia dos infelizes?
Que está no dia a dia das meretrizes?
No plano dos bandidos, dos desvalidos?
O que será, que será?
Que andam suspirando pelas alcovas...
Que estão falando alto
pelos botecos...)
Coronel Maciel.
PS: -- Por onde anda o
Chico Buarque, hein?