“Sou como a ema, que tem
pena, mas não voa...” é o que cantava o capiauzinho de testa peluda no “A hora
e a vez Augusto Matraga”, do inesquecível João Guimarães Rosa. Também sinto “pena”
do coitadinho do Rubens Paiva; sinto pena do coitadinho do Herzog; sinto pena
de todos esses coitadinhos bandidos terroristas que hoje estão sendo
endeusados. Tantos os mortos, quanto os que ainda estão vivos, e que
conseguiram se escapar. Tão inocentes
que eles eram! Tão inocentes que eles são!
Mas, porém, contudo,
todavia, sinto muito mais pena de mim mesmo; eu, que dediquei os melhores dias,
meses e anos da minha vida aos serviços da pátria, e hoje -- eu, e todos os
outros que como eu, estamos sendo acusados de torturadores, boçais assassinos e
tantos e tantos outros adjetivos tão pouco qualificativos, e servindo, calados,
de curiosidade para nossos filhos e netos, diariamente massacrados com os ataques
dessas famigeradas comissões da verdade.
Não tenho procuração
para falar em nome das Forças Armadas. Já estou velho; velho, mas um pouco mais
experiente, embora cansado de desilusões, e pronto para dar alguns conselhos à
nossa querida “Comandante-em-Chefe”. -- Acredite, dona Dilma: a pior cobra; a
mais venenosa é aquele que se encontra quieta no seu canto, na espera da melhor
oportunidade. Um minuto só, no horário
nobre do Jornal Nacional, destrói anos e anos de nossas lutas e dedicações. Preste
atenção para a seriedade da situação que estamos sofrendo! Não são horas para
gracinhas e provocações. Depois não venha me dizer que não lhe disse nada...
Só Deus sabe o que pode
acontecer.
Coronel Maciel.
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