Vez em quando pego do
meu velho violão; quanto mais ele vai ficando velho, mais ele vai ficando cada
vez melhor! Somos iguais?...
Acabo de ouvir e de cantar com Geraldo Vandré
aquela sua famosa canção da época da “ditadura”, quando os nossos hoje tão
esquecidos velhos generais eram taxados de assassinos. Coitados: hoje são
poucos, pouquíssimos, aqueles tem coragem de defendê-los com a mesma força com
que eles nos defenderam!
Os “mais antigos” talvez ainda se lembrem
daquela canção do Vandré, canção que era capaz de levar as massas ignaras aos
delírios: “Há soldados armado, amados ou não/ quase todos perdidos, de armas na
mão/ nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição, de morrer pela pátria e viver
sem razão...”. Hoje, com surpreendente coragem, Vandré denuncia a manipulação
de que foi vítima pelos que hoje têm o poder nas mãos!
Vandré hoje defende as nossas hoje tão
humilhadas Forças Armadas; e até compôs uma canção em louvor à nossa Força
Aérea. “Fabiana”.
O sentimento de culpa,
meu caro Vandré, não é desonra, nem degeneração, nem humilhação; mas sim a
expressão mais pura e inviolável da dignidade humana; de uma consciência superior.
Só homens assim, de verdadeiro caráter, admitem suas culpas, e são capazes,
como o fez Graciliano Ramos, numa das frases mais apaixonadas e admiráveis da
nossa literatura: -- A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi dessa vida
agreste, que me deu essa alma agreste...
Hoje escuto vozes
saudosas daqueles velhos tempos. O arrependimento quando chega, faz chorar...
Coronel Maciel
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