“Cada um que cuide de
seu enterro; impossível não há” – É o que dizia um pouco antes de morrer o
Quincas Berro D’água, uma das maiores criações do grande escritor baiano Jorge
Amado. “Berrito D’água” -- como era carinhosamente chamado pelos seus amigos e
seguidores das mesas dos botecos mais pobres da velha e saudosa Bahia de Todos
os Santos – também gostava de dizer que “quando um homem morre ele se reintegra
em sua mais autêntica respeitabilidade, mesmo que tenha cometido loucuras em
sua vida”.
Jorge Amado era
comunista. Talvez por isso seus livros foram e continuam sendo divulgados pelo
mundo inteiro. Os comunistas unidos comandam as letras e a mídia universal.
Inclusive a indicação da maioria dos prêmios Nobel de Literatura.
Li quase todos. Prefiro seus livros mais
antigos, menos “comerciais” como seus últimos. “Terras Do Sem Fim”, para mim, é um dos
melhores; foi publicado quando nos seus 29 anos, em 1942.
Não sei se Jorge Amado
morreu “comunista”, ou se morreu “ex-comunista”. Dizem que ex-comunista é pior
que comunista. Mas, pelo sim pelo não, para mim o Jorge Amado não era um
comunista com veia assassina, sanguinária, como muitos por aí, escondidos pelos
desvãos escuros e corruptos dos Palácios dos Três Poderes. Sua veia comunista era uma veia “poética”...
Fiz esse arrodeio todo
por causa do Eduardo Campos, que mesmo depois de morto não se reintegrou em sua
mais autêntica respeitabilidade, como queria Berrito D’água, pois começaram a
pipocar verdadeiras “loucuras” nas suas contas bancárias, e mesmo na sua
“árvore genealógica”. Continuam dizendo que ele pode até ser neto do Miguel
Arraes; mas o seu pai verdadeiro é o Chico Buarque de Holanda, aquele que fez marchinhas satíricas contra os nossos velhos
generais, e que por isso ficou rico e famoso, hoje vivendo numa boa, “bêbedo”
(“bêbado” é o Quincas, que bebia cachaça) dos melhores vinhos franceses pelas
ruas e Cafés de Paris.
Coronel Maciel.
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