quarta-feira, 10 de setembro de 2014

"Quincas Berro D'água".


“Cada um que cuide de seu enterro; impossível não há” – É o que dizia um pouco antes de morrer o Quincas Berro D’água, uma das maiores criações do grande escritor baiano Jorge Amado. “Berrito D’água” -- como era carinhosamente chamado pelos seus amigos e seguidores das mesas dos botecos mais pobres da velha e saudosa Bahia de Todos os Santos – também gostava de dizer que “quando um homem morre ele se reintegra em sua mais autêntica respeitabilidade, mesmo que tenha cometido loucuras em sua vida”.

Jorge Amado era comunista. Talvez por isso seus livros foram e continuam sendo divulgados pelo mundo inteiro. Os comunistas unidos comandam as letras e a mídia universal. Inclusive a indicação da maioria dos prêmios Nobel de Literatura.

 Li quase todos. Prefiro seus livros mais antigos, menos “comerciais” como seus últimos.  “Terras Do Sem Fim”, para mim, é um dos melhores; foi publicado quando nos seus 29 anos, em 1942.

Não sei se Jorge Amado morreu “comunista”, ou se morreu “ex-comunista”. Dizem que ex-comunista é pior que comunista. Mas, pelo sim pelo não, para mim o Jorge Amado não era um comunista com veia assassina, sanguinária, como muitos por aí, escondidos pelos desvãos escuros e corruptos dos Palácios dos Três Poderes.  Sua veia comunista era uma veia “poética”...

Fiz esse arrodeio todo por causa do Eduardo Campos, que mesmo depois de morto não se reintegrou em sua mais autêntica respeitabilidade, como queria Berrito D’água, pois começaram a pipocar verdadeiras “loucuras” nas suas contas bancárias, e mesmo na sua “árvore genealógica”. Continuam dizendo que ele pode até ser neto do Miguel Arraes; mas o seu pai verdadeiro é o Chico Buarque de Holanda, aquele que fez  marchinhas satíricas contra os nossos velhos generais, e que por isso ficou rico e famoso, hoje vivendo numa boa, “bêbedo” (“bêbado” é o Quincas, que bebia cachaça) dos melhores vinhos franceses pelas ruas e Cafés de Paris.

Coronel Maciel.

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