quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

My Way....


                               My Way... rsrsr
Sempre fui muito mais Aviador que Oficial. Sempre! Nunca fui de muitos estudos. Nem sei como cheguei a Coronel! E todas as promoções por merecimento. Vejam só que coisa mais louca: entrava no “Quadro de Acesso” sempre por antiguidade e sempre recorria e sempre ganhava. Durante as aulas, eu fazia de tudo para prestar o máximo de atenção; mas sempre me surpreendia com os pensamentos voltados para a cabine dos meus T-6’s, meus primeiros aviões; para os livros que eu mais gostava de ler, ou bem longe, lá nas ruas da minha doce cidade morena, Belém do Pará, empinando meus papagaios, jogando petecas, ou peladas com bolas de meias roubadas das minhas irmãs. A mesma coisa acontece quando converso com alguém; se o assunto não me interessa, eu permaneço olhando para o meu “interlocutor”, mas meus pensamentos estão longe, muito longe do que estão querendo me dizer; ou mais ligado, não no que me dizem, mas desconfiado daquilo que estão querendo me dizer. Um grande amigo meu, durante o curso na Escola de Comando e Estado Maior da Aeronáutica, ECEMAR, tremia de medo só em pensar numa aula que todos nós teríamos que dar, no fim do curso, para uma plateia atenta, crítica e severa de coronéis e instrutores. A ECEMAR é um dos degraus mais importantes para se chegar às “Estrelas”. Cobra engolindo cobra.  Pois bem, esse meu amigo “decorou a sua aula”... por inteiro. Eu lhe dizia que aquilo era um perigo; no primeiro vacilo, ele iria perder o rumo. E foi o que aconteceu: na primeira pergunta que lhe fizeram, não conseguiu mais ir em frente; foi uma pena. A minha aula foi sobre astronomia, meu “robe” preferido; sabia tudo sobre as estrelas; como navegar pelas estrelas. Ninguém acreditava no tema da minha aula. Subi “no palco”, com uma única ajuda de instrução: uma carta celeste.  Subi no palco, vi e venci. Hoje, muitos são os amigos que reconhecem que eu deveria publicar um livro; mas eu mesmo reconheço que meus artigos (nem todos, nem todos...) são pesados; são quentes; alguns até imorais; às vezes podem até queimar. Razão pela qual, e me apresso a lhes dar razão, nunca consegui publicar nenhum deles na nossa “Revista Aeronáutica”; quanto mais recorrer ao nosso INCAER. Mais uma vez reconheço que sempre fui muito mais “Aviador” que “Oficial”, e sempre fui feliz agora e assim e durante toda essa minha longa trajetória voando nas asas da minha querida Força Aérea Brasileira!
Coronel Maciel.  

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