quarta-feira, 2 de setembro de 2020

BUNDA DE TANAJURA.



Coisa parecida com essas eternas brigas entre pretos com brancos lá nos “States”, aconteceu nos meus tempos de criança, lá no “Colégio Santa Terezinha”, Escolinha de uma sala só, pertinho lá de casa, no meu Belém do Pará, onde estudavam, entre outros, um criolinho, desse bem pretinho, de cabelinhos bem encaracolados (vou logo avisando que eu também sou preto), que vivia “brigando” com uma menina, a Francinete, dessas bem branquinhas, com pintinhas pretas no rosto, danada como ela só. Um dia, eu me lembro “como se fosse hoje”, ele grita, bem alto, p’ra Francinete, e todo mundo ouvir: -- “Sua branca aguada! ” – Ela: “É melhor ser branca aguada do que preto com tu...”. Até hoje eu me rio do caso. Um “Sub Velho”, amigo meu, que foi da Banda de Música da BANT, quando recepcionava com furiosos dobrados os Aspirantes Aviadores que chegavam do Rio, num C-54, para o curso aqui em Natal, ficou “besta de ver” que entre eles havia um que era preto, desses bem pretos mesmo.  Hoje presenciei um casal de turistas entrando num restaurante aqui na orla marítima de Natal; ele, um desses turistas bem branco, lá das Escandinávias; ela, uma dessas negras lindas, tipo “Bunda de Tanajura”, toda orgulhosa da sua negritude, com um casal de filhos, tipo “Café com Leite”, as coisinhas mais lindas do mundo, e fiquei pensando que a única maneira de acabar com esses problemas raciais no mundo, era a multiplicação dessas benditas transas entre brancos e negras, aí, pelo mundo à fora. 
Coronel Maciel.


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