Há momentos na vida da
gente quando sentimos uma tremenda e tão grande falta do passado que o que mais
desejamos é tirá-lo dos nossos sonhos, dos nossos devaneios e abraçá-lo, num
longo longo abraço. Abraçar aqueles que decolaram e que ainda não voltaram; como
aqueles que continuam voando conosco aqui na terra. Assim na terra, como no
céu.
Lembro de um mui antigo
23 de outubro, sobrevoando o
aparentemente calmo Rio Madeira, brincando de contornar aqueles grandes cúmulos
que sobrevoam a “floresta gigantesca”, quando recebo um rádio do Comandante da Base Aérea de
Belém cumprimentando nossa tripulação por estarmos em pleno voo, naquele nosso
grande dia! – São essas pequeninas grandes coisas, coisas que jamais
esqueceremos!
Neste 23 de Outubro
recordo com saudade, muita saudade mesmo, aqueles idos de 59, quando começamos a voar no saudoso Campo dos Afonsos! Quantas
saudades ao recordar aquelas decolagens nos “enormes” Fokker’s T-21, logo após
o almoço; a temperatura em torno dos 40; pista 17 -- a “caveirosa”; desviando
dos assustados urubus; ora aproando as praias da Barra da Tijuca, para
treinamentos na pista de Jacarepaguá; ou com “Pico do Couto” bem no centro do círculo dos “tunôs-
barris”; os “toques e arremetidas” na pista de
Nova-Iguaçu...
Gostaria neste momento
“solene e cheio de saudades”, agradecer a todos vocês que se lembraram do nosso
dia, e prestar minha singela homenagem a todos aviadores; às nossas aviadoras, novas “rainhas dos ares”; a todos
aqueles que agora estão sobrevoando as
nossas florestas, os nossos rios, os nossos furos e igarapés; as ondas de todos os mares do mundo, que se “enroscam
de um polo, a outro polo...”.
Parabéns, aviadores do Brasil!
Coronel Maciel.
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