domingo, 25 de setembro de 2016

Em aviação, errar é desumano...



Pousar sem trem é pior que perder pênalti! Amigo nosso, excelente piloto, “largou” a FAB, preferindo a não menos brilhante carreira de Comandante Internacional da VARIG! Um belo dia, lá foi ele fazer um simples voo de “readaptação” no popular T-6, (na época ele voava o B-26) e esqueceu de baixar o trem. “Inquerido” pelo investigador de acidentes aeronáuticos, disse que “um barulho infernal de uma maldita buzina o impedia de ouvir os alertas da Torre Natal”. A tal buzina era justamente o aviso que o trem estava recolhido...
A “Folha de São Paulo” publica hoje dois graves acidentes aéreos, acontecidos anos passados. Fiz não sei quantas vezes a rota Marabá-Belém, nos meus velhos, mas fortes e corajosos aviões “Dakota--C-47”. Decolávamos, e era só manter a proa magnética “027” e esperar, que Belém estava logo ali na frente. Um “B-737 da VARIG”, num outro belo dia, decolou para fazer a mesma rota. Já era de tardezinha e o piloto em vez de voar no rumo “027”, aproou, logicamente por engano, o rumo “270”. Estava na hora de um jogo do Brasil, e o Comandante escutava atentamente a transmissão da “peleja”. Moral da história: após mais de uma hora e vários minutos “de terror”, pouso forçado, noturno, com perda total da aeronave; das 54 pessoas à bordo, felizmente 41 foram resgatadas com vida.
Outro caso foi o do avião da “GOL”, voo 1907, que vinha de Manaus e se “chocou” como um “Legacy” que decolou de São José dos Campos, destino Estados Unidos, com um pouso técnico intermediário em Manaus. Resultado: todas as 154 pessoas à bordo do avião da “GOL”, morreram. O acidente ocorreu no sul do Pará, nas proximidades de “Cachimbo”, local onde eu pernoitei várias vezes.
Não vou agora entrar em inúteis considerações, com as mais variadas hipóteses, alegações, achismos, que envolvem o caso. Mas, no meu modo duvidoso de julgar, pois o mal julgador por si julga os outros, o erro foi “única e exclusivamente” dos pilotos americanos. Os “eternos sofrimentos” ficam guardados nos corações dos parentes das vítimas. Os que morrem, deixam de sofrer...
Coronel Maciel.

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