Não basta um piloto ter
dez, quinze, vinte mil horas de voo, para ser considerado um bom piloto. Não!
-- Muito mais importante; o que realmente interessa é que na hora “H”, na hora
do alerta vermelho, na hora do perigo, com o “olho da bruxa aceso”, ele mantenha
a calma, mantenha o sangue frio, gelado! Assim como de nada adianta um piloto
fazer outros tantos pousos perfeitos; “pousos manteiga”; o primeiro vacilo pode
ser fatal! E que seja sempre “competente”! E que mantenha toda essa competência
mesmo quando resolva, por exemplo, “forçar ponto crítico” num procedimento de
descida por instrumentos, optando por um perigoso “cisco”, que é um voo baixo,
rasante, em condições meteorológicas adversas, obrigado muitas vezes a fazê-lo
por circunstâncias alheias à sua vontade. Tomada esta decisão, o piloto não
pode tremer. -- Se tremer, vai morrer.
É muito fácil voar. E
com céu azul, com céu de brigadeiro até minha vó ganha “Ficha Branca”, ainda
mais hoje, com esses incríveis “avionics”, para ajudar!
Em qualquer profissão
existem os bons e os maus profissionais. Estudam muito, se esforçam muito, dão
tudo de si, mas nunca se convencem que não nasceram para a profissão que
escolheram. Entre os “neurocirurgiões”, alguns são conhecidos pelos colegas
como “mãos de vaca”.
Mas, quem sou eu, como
alguns “puritanos” por aqui, para criticar pilotos que praticam o perigo “Cisco”,
como esse, coitado, que morreu transportando o Ministro Teori Zavascky. Logo
eu, apelidado carinhosamente pelo Brigadeiro Camarão, de “Fura Bolo”, mas que
nunca “arranhou” nenhum dos “seus aviões” e que nunca esqueceu de dizer para os
seus saudosos alunos de voo:---Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço...
Coronel Maciel.
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