Quando eu era pequenino,
lá na minha querida cidade morena “Belém do Pará”, o que eu mais gostava mesmo
era empinar papagaio, jogar peteca, pegar pião na unha, torcer em briga de
galos, jogar bola no meio da rua, rua de terra batida, com poste de ferro no
meio, e outras mil brincadeiras que faziam as delícias e felicidades das
crianças daqueles nossos velhos tempos! E também de ficar olhando os “enormes” aviões
da época, que faziam a “Final Curta” para pouso no aeroporto internacional de “Val-de-Cans”,
bem em cima de casa, com os aviões passando tão baixos, quase roçando as linhas
enceradas dos nossos assustados papagaios. Foi quando eu resolvi também “empinar”
aqueles enormes “papagaios’, ingressando, eu e meus 16 anos, na Escola
Preparatória de Cadetes do Ar, em Barbacena. Não pensem que foi fácil; nem que
foi fácil chegar à Coronel. Aliás, eu nem sei como “deixaram” eu lá chegar,
pois eu sempre fui mais, muito mais, “Aviador”, que “Oficial”. O que eu gostava
mesmo era voar! E, acredite quem quiser, todas minhas “promoções” foram por “Merecimento”,
muito embora entrasse “na luta” sempre por “Antiguidade”; mas, com perigosos
rasantes e outras manobras evasivas, recorria, ganhando todas!
Mas, às vezes, fico
assim pensando: - E se, em vez de ter seguido a “Carreira
Militar”, eu tivesse seguido a rendosa “Carreira Terrorista”? -- Ah! -- Com certeza se hoje eu fosse um “Terrorista”,
como muitos desses que hoje nos “governam”; estaria gozando as delícias de
estar no topo da lista dos mais bem sucedidos na vida; de ser um “Número Um”
neste Brasil, tão grande, tão amado e tão traído. -- Ah! se eu fosse um deles!
Com certeza estaria chefiando algum Ministério, quem sabe até o da Defesa,
chefiando as Forças Armadas do Brasil!
Mas, agora mesmo, deitado
em minha velha rede branca, olhando ao longe os “Tucanos” em voo de grupo
sobrevoando as águas verdes dos mares de Natal, fico pensando como foi melhor,
muito melhor, minha vida na minha mais que querida Força Aérea Brasileira!
Coronel Maciel.
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