Esse caso do avião com
500 quilos de cocaína que decolou de umas das 11 pistas (onze, minha gente!) de
uma “Paidégua” de fazenda, equivalente a 54 mil campos de futebol, pertencente ao Ministro da nossa (?)
Agricultura, o “nosso amigo” Blairo Maggi, que afirma não saber de nada, e que interceptado por um bicudo “Tucano” da FAB, e
que, apesar de tantas pistas, fez um
pouso forçado, estuprando a garça, me
fez lembrar um caso acontecido comigo, naqueles meus velhos tempos voando feito
um louco pelas verdejantes florestas da minha Amazônia querida!
Foi assim. Estávamos
nos idos dos anos 80, fazendo uma "PURUÁ", “simbiose” das linhas dos
rios Purus e Juruá. Aguardávamos uma troca de cilindro no "meu"
possante C-47, na cidade de Eirunepé, uma pequenina pérola situada no sinuoso
Rio Juruá. No dia anterior, acontecera um trágico acidente em Tabatinga, com um
“Hirondele” da PTA “Paraense Transportes Aéreos”, que o pessoal carinhosamente apelidava
de “Paraense Prepara tua Alma”. Alguns dos “feridos” residiam em Eirunepé. Seus
familiares me pediam, desesperados, para levá-los ao local do “crime”. Não havia previsão para o término do serviço.
Mas, estacionado no pátio, encontrava-se um monomotor novinho em folha, “vazio”,
aguardando não sei o quê para decolar. Ali estava a solução do problema.
Indaguei do piloto
sobre a possibilidade de fazer aquela missão humanitária. Negativas, desculpas
esfarrapadas, e tal e coisa e coisa e tal, ainda mais com o prefeito oferecendo elevada quantia pelo
transporte. Nada “comovia” o piloto, que se dizia dono do avião. Comecei a desconfiar. (As aparências não me
enganam...) Para encurtar a história: depois de muito “zum-zum-zum”, correu um
“bizu” dizendo que o avião transportava drogas. Não deu outra; descobrimos duzentos
quilos de pasta de cocaína escondidos no piso do avião...
Coronel Maciel.
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