Eu e o Tenente Tomé um
dia decolamos de Barbacena para Congonhas, São Paulo, num Beechcraft C-45, mais
conhecido pelos mais antigos como Beech-Mata-Sete; logo após decolagem “Monomotor”.
Era um frio dia de um sábado de junho, e deveríamos transportar um casal de
professores franceses para uma conferência na Escola. O Brigadeiro então me
chamou para um particular, e disse-me assim, bem baixinho, para ninguém ouvir:
--“Fura-Bolo”, era assim que ele carinhosamente me chamava, pegue o “Regente” e
me traga eles aqui: - - Mensagem à Garcia, Brigadeiro? -- Ele me olhou, sorriu
aquele seu sorriso e confirmou com aquela sua cabeça bem branquinha, parecida
com a minha de hoje. Ora, o Regente vocês sabem muito bem quem ele era; era um
pouco melhor que o 14-Bis do Santos Dumont, e Congonhas estava fechado para
operações visuais; pois bem: Decolei e pousei em Congonhas, para surpresa geral
dos controladores de voo; veio então correndo um oficial muito mais antigo que
eu me dizer que eu havia cometido uma grave infração e que por ordem superior
eu estava impedido de decolar. Nessas alturas, com os franceses já a bordo,
fiquei na dúvida até que ponto eu poderia avançar; e avancei, colocando no
plano de voo “Operação Militar”! Vale lembrar que estávamos no ano de 1967, com a “Redentora” voando alto,
iluminando o Brasil o Brasil inteiro. Encurtando
a história: - - Pousei em BQ em cima da hora, para alegria do Brigadeiro. --
Missão cumprida, Brigadeiro! -- Mas... vem "bronca" por aí... contei-lhe
tudo e ele sorrindo me despreocupou. Nesse ínterim, eu fui transferido para
Natal; e foi lá que eu recebi um "baita" de um "deveis
informar". O Coronel Comandante da Base não aceitou minhas risíveis desculpas,
e foi logo me dizendo: - -"Teje preso". Lembrei o caso ao Brigadeiro,
lá em BQ e ele de lá então me disse: -- Fique tranquilo, Fura Bolo. – Deixe
comigo. Grande Brigadeiro Camarão; jamais me deixaria na mão...
Coronel Maciel.
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