Momentos decisivo nas
nossas vidas são aqueles que desperdiçamos, muitas vezes sem pensar. Uma vez,
logo que voltei para o “meu” enorme apartamento (funcional) em Brasília, depois
de cumprir aqueles meus 15 dias de merecidas prisão, recebi a inesperada visita
de um deputado do PDT, enviado pelo Leonel Brizola, que veio me convidar para
ingressar no seu Partido, quem sabe para aproveitar a minha também inesperada
exposição na mídia. Conversamos amigavelmente e amigavelmente recusei e agradeci
o convite. Já pensaram eu um Deputado Federal; ou um “Senhor Embaixador” num
canto qualquer do mundo, sendo obrigado a ser o que nunca gostaria de ser; desfilando
por aí, sempre todo engravatado; discursando no plenário da nossa “Anti-Câmara-Federal”;
logo eu que nem sei como cheguei ao elevado posto de Coronel; eu, que só
gostava mesmo de voar; eu, que nunca gostei de reuniões sociais; que só gosta mesmo
é de sair por aí muito bem à vontade, usando bermudas; que só gosta de
frequentar os “piores lugares do mundo”; sofrendo, por isso, as mais terríveis “censuras”, se no final das contas
uns vão pro céu, e outros, muitos outros,
pros infernos; não é mesmo, minha querida Cecília Meireles, aquela que durante
nossas longas noites de “orgias literárias”, costumava nos dizer: -- Só sei,
Coronel, que um dia estaremos mudos; mais nada...
Coronel Maciel.
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