segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

COISAS DA NOSSA VIDA.



A morte do “Kobe Bryant”, de quem eu nunca tinha ouvido falar, apesar de hoje eu gostar muito mais de assistir partidas de Basket profissional dos americanos, do que esse nosso já manjado futebol, que eu acho a mesma pelada de sempre; os mesmos “pernas de pau”, com esse tal de impedimento, que só faz atrapalhar, fazendo que muitas partidas terminem num irritante zero a zero; tão diferente das cestas espetaculares do Basket americano. Mas como ia dizendo, a morte do Kobe me fez lembrar a morte do Kennedy; no dia em que ele morreu, me lembro como se fosse hoje, eu, Aspirante-Aviador, estava voando o meu primeiro “voo solo” no B-26, ao lado do “Jorginho”, quando a Torre Natal nos chama informando que Kennedy acabava de ser morto, em “Ballas”, no Texas. Eu acho que hoje morre-se muito menos que nos nossos tempos de Cadete, com os aviões movidos a “Piston”, como os saudosos T-6; só sei que voávamos muito mais; e como não havia radares nos “olhando”, os voos e acrobacias rasantes se multiplicavam; daí o grande número de acidentes fatais, eu acho. Eu nunca tive medo de morrer pilotando meus aviões; e olha que eu era “expert” em voos rasantes; quantas e quantas vezes eu vinha de T-6 em voo rasante do Rio até Natal, roçando as areias das praias; já bati o “recorde” de voo monomotor  pilotando um “Dakota” no trecho “Carauari – Eirunepê”; foram duas horas sobrevoando o Rio Juruá, se não me engano o mais tortuoso do mundo; o meu copila, coitado, Tenente novinho na  sua  primeira viagem no Douglas, amarelou e apagou, quando viu o motor pegando fogo, após a cabeça de um dos cilindros “voar”, fazendo o maior buraco na carenagem; quem realmente me ajudou foi o mecânico, que, ao ouvir o Tenente dizer que “íamos morrer”, correu, abriu sua maletinha e deu a maior talagada na sua caninha preferida, criando, assim,  muita coragem; eu quase que também dei uma,  mas a custo me controlei; só fui fazê-lo no jantar que nos foi oferecido pelo prefeito da cidade, pois toda sua família que  estava a bordo, foi salva, graças ao meu corajoso Dakota C-47, Olímpico Recordista. Poderia me alongar, mas minha autonomia é curta...
Coronel Maciel.

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