Malária Nervosa.
Não sei se devido a muita “cana” nos pernoites; não sei se
devido ao “Autan”, uma loção de “corpo inteiro” para espantar o “Plasmodium
Falciparum”, popular mosquito transmissor
da Malária; só sei que nunca peguei essa maldita doença, muito comum na minha Amazónia
querida. Doença tratada com muito Quinino
por alguns, e muita “cana” por outros. Uma vez, quando já íamos dar partida nos
motores para decolar de “Jacareacanga” rumo à Santarém, o Tenente Médico da
Tripulação veio correndo me avisar que acabava de chegar uma menina dos seus
10, 12 anos, que teria de qualquer maneira ser transportada para Santarém, se
não, não tinha escapatória, pois ela estava sendo consumida pela “Malária
Nervosa”. O nosso velho “C-47-Dakota” vivia sempre cheio; verdadeiro coração de
mãe; sempre superlotado. Autorizado o embarque, tivemos que armar uma rede na “barriga” do Dakota e, na
companhia do pai, decolamos. O sol era quente; era um sol de meio dia. No meio
do caminho, o médico me avisa que a menina tinha morrido Chamei o pai da
criança e perguntei o que ele queria que eu fizesse; ele pediu que voltássemos
para Jacaré, pois em Santarém ia ficar tudo muito “mais pior”, como ele me
dizia. Não tive dúvidas: meia volta volver, pousamos em Jacaré, quando dei um forte abraço no
velho, que, chorando muito,muito me
agradecia.Voávamos muito naqueles velhos tempos; tempos do Trinômio FAB-Missionário-Índio”.
Não sei se essa FAB ainda existe...
Coronel Maciel.
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