Às 02:27 horas do dia
06 de agosto de 1945, o Coronel Aviador Paul Tibbets acionou o motor número 3 do seu B-29 apelidado de
“Enola Gay”. Depois os outros três do seu possante quadrimotor. Às 02:35 o
“Covinha dois”, código secretíssimo da missão, informou à Torre Norte da Base
Aérea de Tinian -- uma das três principais ilhas do arquipélago das Ilhas
Marianas do Norte -- que estava pronto para decolar. O peso máximo para
decolagem seria de 65 toneladas. Feito “os cálculos”, Tibbets verificou que, além
das 26 toneladas de combustível; as 12 pessoas à bordo; uma bomba de 5
toneladas , que estava com um excesso de 7 toneladas! Tomou então a decisão de
manter o avião no solo até os últimos “segundos” da pista, para obter o máximo
de velocidade, antes de “levantar o nariz”. Mas preferiu não revelar sua
intenção ao capitão Lewis, seu copiloto, que logicamente também sabia do
excesso de peso. Às 02:45 disse a Lewis:
-- Vamos embora, rapaz, e avançou as manetes. Tibbets olhava ansiosamente o
indicador de pressão de admissão. Com dois terços “consumidos” de pista o
indicador de RPM ainda estava bem abaixo das 2550 desejadas, e o indicador de
pressão indicando apenas 40 polegadas, insuficientes para decolar. Lewis também
olhava mais ansiosamente para os instrumentos à sua frente, duplicatas dos que
Tibbets monitorava.
--- Está pesado demais!
– berrou Lewis! – “Puxa esta pôrra”! Tibbets ignorou Lewis e continuou mantendo
o avião firme na pista. Instintivamente Lewis pegou nos comandos, quando
Tibbets gritou: -- Larga esta porra! – paralisando o capitão, que ficou olhando
para o coronel. (Copiloto sofre...). Tibbets agora olhava fixo para o término da
pista, à beira do penhasco. O Enola Gay decolou no exato momento que a pista
sumiu, substituída pela escuridão do Pacífico.
Não sei se vocês
notaram, eu notei, que o “Hulk”, (fiquei sabendo que ele, além de dono de avião
é também piloto) durante a entrevista quando relatava para o mundo inteiro “o
seu caso”, estava assim um tanto quanto meio envergonhado, pois sabia do grave
erro operacional que colocou em risco a vida dele, dela, e de todos a bordo,
gravíssimo erro -- quem sabe? – decidido por ele mesmo...
Manda quem pode; obedece
quem não tem juízo.
Coronel Maciel.
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