Muitos me perguntam, e
até meu neto já me perguntou: Vô, afinal, qual é a tua religião? Qual o teu Deus?
Ante tão difícil “pergunta de prova”, respondi com outra resposta de prova:-- o
meu Deus é o mesmo Deus de Baruch Spinoza; o mesmo Deus de “Einstein”,
tumultuando ainda mais sua inocente cabecinha. E prossegui:-- Quando criança, um
pouquinho maior do que você, cheguei até ajudar missas! Queriam até que fosse
padre! Imagine! -- Padre, vô? ... Ele riu... Eu também ri...
Mas acabei me tornando
neste mui orgulhoso e feliz aviador. Aquele que voou muito transportando
religiosos das mais afastadas missões espalhadas pela imensa e majestosa
planície Amazônica! Desde o Araguaia, o Juruá, o Madeira, ao mais Alto Rio
Negro! Eram religiosos que viviam longe do conforto das grandes igrejas; longe
dos ricos palácios episcopais! Mas nem todos acreditavam neles. Havia aqueles
que diziam que eles não passavam de “espiões” à serviço de potências
estrangeiras, interessadas nas nossas riquezas e que estavam ali para estudos e
mapeamento dessas riquezas; como havia também aqueles que achavam, e não sei se
hoje ainda acham, que a missão da FAB não é a de ficar “paparicando” índios,
padres e freiras. Que a missão da FAB é muito outra! Hoje, deitado em minha rede, olhando o
distante passado, fico sem saber se aquele nosso esforço foi em vão; se tudo
foi um sonho que acabou e o “Vento Levou” ...
Mas como eu os admirava!
Muitos eram europeus, que abandonavam as delícias de viver no primeiro mundo,
para viver junto aos índios; confortando as sofridas populações ribeirinhas da
imensa planície amazônica! E longe, muito longe das paixões políticas daquela
época. Não estavam preocupados em dar abrigo em suas humildes missões a
guerrilheiros, subversivos, a comunistas ateus, que lutavam contra os “Generais”
na época da “Ditadura”. Tão diferentes daqueles “avançados” padres de
passeatas, integrantes da “Teologia da Libertação”, da CNBB, onde moram padres,
bispos, cardeais que até hoje se orgulham de terem se aliado a esses “comunistas”
que hoje nos desgovernam, nos humilham, nos envergonham.
Mas o melhor mesmo é ir
ficando por aqui, pedindo a Deus que “perdoe esse pobre coitado” ...
Coronel Maciel.
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