Meu melhor copiloto na FAB!
No meio de tantos “pesadelos” que assolam o nosso sofrido
Brasil, hoje vou lhes contar alguns dos meus mais belos sonhos, sonhos “idos e
vividos”. Não sei se vocês sabem que eu só acredito em Santas e Santos que
foram grandes pecadores! -- Santa Madalena, por exemplo, é minha Santa favorita!
Não sei se por pura sorte, ou se por causa do meu mais puro “DNA”, que sempre me
segurou durante minhas perigosas “leãozadas” na FAB; ou se foi tudo por obra e
graça do meu Santo Protetor, o meu “Xará” Santo Agostinho, grande santo e
pecador, depois um dos maiores santos do mundo, meu melhor anjo da guarda e meu
mais audaz “copila” na FAB!
Senão, vejamos. Quem, daqueles mais antigos, nunca pilotou o
famoso Beechcraft C-45, mais conhecido como “Beech-Mata- Sete”? Eu, e o nosso
saudoso Tomé Ribeiro Neto, éramos dois orgulhosos Tenentes-Aviadores, quando decolamos
de Barbacena para Congonhas. Após alguns minutos de voo, “monomotor”.
Regressamos. Era um dia de sábado, e a missão tinha caráter “improrrogável”.
Deveríamos transportar um casal de professores vindos da França, para uma
conferência na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, para os alunos e vários
convidados especiais. O próprio Brigadeiro seria tradutor. (O Camarão, além de
Francês e outras línguas, falava e escrevia fluentemente o Grego).
Foi quando ele me chamou para um “particular” e bem baixinho
me falou:- --“Fura – Bolo”, era assim que ele carinhosamente me chamava, pois
eu, “modéstia à parte”, cumpria qualquer missão, durante o dia, ou de noite! --
Fura-Bolo, pegue o Regente e me traga eles aqui:- - Mensagem à Garcia,
Brigadeiro? Ele me olhou, sorriu e confirmou com um sim, com aquela cabecinha
branquinha, igualzinha à minha de hoje.
Congonhas estava naquele “abre, não abre” para voo visual;
operava "instrumentos". O
Regente, vocês bem conhecem. Pois bem:
Decolei e pousei em Congonhas, para surpresa e incredulidade geral dos meus
amigos e bravos Controladores de Voo! Foi quando me aparece um oficial muito mais
antigo que eu para me dizer o óbvio:- - que eu havia cometido um “pecado mortal”
e que por ordem superior eu estava proibido de decolar. Nestas alturas, com os
franceses já a bordo, fiquei na dúvida até onde eu poderia avançar as “manetes”.
Avancei, colocando no plano de voo “Operação Militar”.
Era o ano de 1967. A Revolução voava alto, distribuindo
alegrias pelo Brasil inteiro! Chegamos em Barbacena bem em cima da hora para o
início da tal conferência, para alegria do Camarão. -- Missão cumprida,
Brigadeiro! Mas... vem "bronca" por aí. Contei-lhe tudo direitinho; ele
sorriu, me agradeceu, e me despreocupou.
Hoje, à bordo do “Avião Brasil”, hoje tão mal pilotado, confesso
que estou com medo que me aconteça o mesmo que aconteceu com o avião da “LaMia”
Coronel Maciel.
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