“Mary Good”
A não ser aqueles mais
devotos, fiéis convictos às suas noivas
que os aguardavam, ansiosas e “temerosas”,
nas frias terras do sul, pelo término do curso de “Aspirante-Aviadores”, para
poderem logo casar (os “mais afoitos” casavam mesmo como Aspirantes; alguns até
quando Cadetes) é difícil encontrar hoje um velho Coronel, um velho Brigadeiro
que não tenha passado algumas horas voando nos céus das “Comissárias de Bordo”
do avião azul do castelo da famosa “Mary Good”, mais conhecida como “Maria Boa”,
quando nos seus áureos e saudosos tempos de Aspirante aqui em Natal. Para os
que não sabem, Maria Boa era a “proprietária” da mais famosa “Casa de Drinques”,
frequentada por deputados, senadores, comandantes, comandados, e outros
conhecidos e velhos boêmios de antigamente. Até “padres” iam lá rezar as suas
missas!
Naqueles tempos,
Aspirante Aviador mandava e desmandava aqui em Natal. Ou pelo menos pensava que
mandava. Éramos os reis da “Cocada Preta”! Nas nossas inocentes lambretinhas,
desfilávamos em “voo de grupo” pelas ruas da cidade, apaixonando as mais lindas
“potiguares” daqueles nossos bons tempos”. Muitos acabaram caindo nas redes dos
seus “milagrosos” encantos!
Fui um dos primeiros a
comprar uma Lambreta; minha saudosa Lambretinha; depois outros, mais outros, e
de tarde, após o término expediente, lá íamos nós em “voo de grupo” pelas ruas
de Natal, em direção à “Rampa”, onde íamos saborear deliciosas lagostas, acompanhados
das mais gostosas “louras geladas”. Naqueles bons tempos não havia o transito
louco que hoje inferniza as ruas de Natal. Às dez horas da noite saia o “Papa Fila”, e
logo após, nós, nas nossas lambretinhas, voltávamos “pra casa”, para no outro
dia continuar o curso nos saudosos “Bombardeios Invader B-26”.
Faria tudo de novo, se
possível fosse, meus amores...
Coronel Maciel.
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