"Um bonde chamado desejo".
Acabei de reler um
livro que li quando ainda Cadete do Ar, num daqueles nossos raros tempos vagos,
entre voos, estudos, ordem unida, “sugatória” e outras mil atividades. “Reler”
tem outros grandes e melhores sabores. A
obra conta uma história simples, mas é na descrição “apaixonada” das
personagens que reside sua grande força dramática. “Blanche Dubois”, a
principal protagonista, é uma mulher com uma enorme sede de amor, de
compreensão, dona de uma ambígua neurose. Um Bonde Chamado Desejo nos conta o
drama das ilusões e frustrações de uma mulher sensível, como são todas aquelas
mulheres traumatizadas por decepções amorosas e que buscam um novo amor; um
novo começo. Sua irmã, Stella, é casada com Stanley Kowalsky, um homem rude que
se importa somente com o presente e suas necessidades primárias: comer, dormir,
fazer amor, jogar, beber. Um homem que não compreende sutilezas, sensibilidades,
poesias... Stanley encontra Blanche no auge da decadência social, obrigada a encarar
uma realidade completamente diferente dos padrões que foi educada. Torna-se
difícil, muito difícil ela compreender que a irmã, educada também de maneira
aristocrática e sensível, tenha se apaixonado por um homem ignorante e
grosseiro. Porém, diferentemente de Blanche, Stella é prática e realista e logo
aprendeu a aceitar a pobreza e o meio social em que vive, sempre ao lado do
marido. Obra repleta de simbologias, sutilezas de abordagem de temas polêmicos;
suas personagens exprimem um tema comum a toda obra de Tenessee Williams: a
necessidade de compreensão para indivíduos atingidos pela marginalidade, pela
violência, pela solidão, homossexualismo, repressão sexual, pelo inconformismo
com realidade.
Coronel Maciel.
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