Não suje seu BLOG com
tantos palavrões, alguém me diz --- Ora, ora, ora, “porra”! – Nada melhor que
um bem-aventurado palavrão para baixar minha pressão, e para retratar esse
Brasil ligadíssimo na Copa do Mundo! Em
poucas palavras, uma, duas, três, digo tudo o que precisa ser dito! -- Raivas,
prazeres, gozos, medo, tudo! Muita gente boa; expoentes da Academia Brasileira de
Letras, Papas, famosos Cardeais, respeitáveis Madres Superioras, meninas de
colégios de freiras, todos na hora da raiva, do gozo, soltam suas línguas.
Na primeira vez que fui me confessar,
isto naqueles tempos em que eu ainda acreditava em muitas “coisas” -- coisinhas
à toa, na minha pecadora opinião, fiz um “rol” dos meus pecados, tanto os
veniais, como os “mortais”, todos eles, para sussurrar nos ouvidos do padre. --
Todos, coronel? -- Nem todos, nem todos. Não teria nunca coragem de dizer que
eu já estava cheio das impurezas daqueles “prazeres solitários”, vulgarmente
conhecidos como “punheta”. Terminada a penitência – já nem lembro mais quantas
Ave-Marias, quantos “creio em Deus padre todo poderoso”, fui obrigado a rezar,
para que meus pecados fossem perdoados, e sem saber se era mesmo o padre, ou o
meu arrependimento que me salvaria do ”fogo eterno”, voltei pra casa um tanto
quanto muito apavorado, pois o padre me dizia que se peca até por pensamentos:
-- Égua! -- como dizem os paraenses. Minha “primeiríssima comunhão”, aconteceu
só no dia seguinte; vestido todo de branco e com vela acesa na mão; um anjo! --
Até lá, até chegar a hora da hóstia consagrada, nada de pecar; nem pensar! Mas
como evitar tantos “bons pensamentos” que naqueles bons tempos já perseguiam
minha santa inocência? Chegando em casa,
fui logo me deitar. Nada de ir empinar papagaio na rua, lugar onde se aprende
os maiores palavrões e as grandes sacanagens do mundo! Nós dormíamos em
gostosas redes em minha casa, lá em Belém, cidade “sexual”, pois de clima “quente
e úmido”. Fui me deitar cheio de pudores, com medo até de sonhar! Sonhar com tantas
“imundícies”, como me dizia o padre. Eu
era uma criança, “confesso” aos meus amados ouvintes, mas uma criança vilmente perseguida
pelos mais diabólicos pecados. Perdi
minha “inocência” por causa da Marta Rocha, baiana com gostosas duas polegadas
a mais, sensual e provocativa, num malcomportado maiô, posando nas capas das
revistas da época. Quanta diferença dos nossos dias de hoje.
Coronel Maciel.
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