Nossa! Parece que foi
ontem! Me lembro muito bem. Foi na Rua Gurupá, na Cidade Velha, lá no meu Belém
do Pará. Velho? Só por fora; só nos meus
cabelos brancos. Por dentro, o mesmo Cadete de sempre; o mesmo Tenente de
sempre! Mas não foi brincadeira, não. Foram 78 longos anos judiando com minhas Bombas
de Pressão; judiando com o fígado; este, então, tem razões de sobra para se
vingar. O pulmão é outro. E a minha cabeça? – Ah! – Minha cabeça! Desta, nem é
bom falar; pecadora até demais. E o coração? -- Tuc-tuc-tuc -- Incansável! – E
sempre sem nunca ter feito mal a ninguém! É bem verdade que muitas vezes foi
fraco, foi mole, foi aflito; ora chateado, ora feliz; ora medroso, ora
corajoso! Um coração que nunca deixou de amar o pequenino canto onde nasceu; a
carreira que abraçou; os filhos que criou. As estrelas dos meus tempos de
menino continuam a voar comigo, corrigindo-me o rumo certo! O meu velho coração
agradece a lembrança de todos vocês, e deseja que os velhos e os novos corações
continuem -- Tuc-Tuc-Tuc -- guerreiros incansáveis contra o tempo!
Coronel Maciel.
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