Façam o que eu digo,
mas não façam o que eu faço; ou melhor, não façam o que eu fazia naqueles meus
áureos tempos, quando Tenente em Barbacena, a ponto do Camarão -- grande Brigadeiro
Camarão que também gostava de dar seus rasantes quando chegava das suas rápidas
viagens, por cima das cabeças dos seus “aluninhos”, para motivá-los, como ele
dizia, no seu C-45 Beech, vulgo
Mata-Sete -- me ter apelidado de “Tenente- Fura-Bolo”; o Camarão, modéstia à
parte, confiava muito muito em mim; e eu pegava “muita corda”, fazendo coisas que até eu mesmo hoje, com meus quase oitenta
anos muito bem vividos – custo acreditar; quando ele tinha alguma missão
daquelas que “passarinho ia pra casa à pé”, ele me chamava e dizia -- como
aquela vez quando, numa manhã fria de sábado, quando decolamos, eu e o Tomé,
para irmos a Congonhas buscar dois professores e uma professora, todos franceses e tivemos que regressar imediatamente após
decolar, monomotor, no C-45, ele então me chama para um “particular” dizendo:--
Fura Bolo, me pega o “Regente” e me traga eles aqui; e eu: mensagem à Garcia,
Brigadeiro? Ele, sorrindo, com todos aqueles seus cabelos brancos, balançou a
cabeça dizendo sim. Ora, o Regente vocês sabem como ele era; fui e voltei, a
tempo dos professores darem seus recados, para ume plateia de ilustres
convidados e todos os alunos; muito obrigado, me disse o Camarão; e eu: -- Brigadeiro,
vem bronca pesada por aí; para cumprir a missão tive que dar vários rasante por
cima de todas as regras de voo existentes, o que deixava os Controladores de
Voo, digamos, embasbacados; deixa comigo, Fura-Bolo; fique tranquilo... Grande
Brigadeiro Camarão!
Coronel Maciel.
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