terça-feira, 19 de novembro de 2019

AVIÃO NÃO CAI; QUEM CAI É BALÃO.



Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço; ou melhor, não façam o que eu fazia naqueles meus áureos tempos, quando Tenente em Barbacena, a ponto do Camarão -- grande Brigadeiro Camarão que também gostava de dar seus rasantes quando chegava das suas rápidas viagens, por cima das cabeças dos seus “aluninhos”, para motivá-los, como ele dizia,  no seu C-45 Beech, vulgo Mata-Sete -- me ter apelidado de “Tenente- Fura-Bolo”; o Camarão, modéstia à parte, confiava muito muito em mim; e eu pegava “muita corda”, fazendo coisas  que até eu mesmo hoje, com meus quase oitenta anos muito bem vividos – custo acreditar; quando ele tinha alguma missão daquelas que “passarinho ia pra casa à pé”, ele me chamava e dizia -- como aquela vez quando, numa manhã fria de sábado, quando decolamos, eu e o Tomé, para irmos a Congonhas buscar dois professores e uma professora, todos  franceses e  tivemos que regressar imediatamente após decolar, monomotor, no C-45, ele então me chama para um “particular” dizendo:-- Fura Bolo, me pega o “Regente” e me traga eles aqui; e eu: mensagem à Garcia, Brigadeiro? Ele, sorrindo, com todos aqueles seus cabelos brancos, balançou a cabeça dizendo sim. Ora, o Regente vocês sabem como ele era; fui e voltei, a tempo dos professores darem seus recados, para ume plateia de ilustres convidados e todos os alunos; muito obrigado, me disse o Camarão; e eu: -- Brigadeiro, vem bronca pesada por aí; para cumprir a missão tive que dar vários rasante por cima de todas as regras de voo existentes, o que deixava os Controladores de Voo, digamos, embasbacados; deixa comigo, Fura-Bolo; fique tranquilo... Grande Brigadeiro Camarão!
Coronel Maciel.

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