Coragem não é como
preguiça.
Que merda de país é
este quando o mais criminoso dos bandidos, que acaba de ser condenado, no lugar
de ir direto pra cadeia, sai a fofocar pelo mundo, rindo de um povo que só sabe
clamar por justiça. “Me envergonho de ser brasileiro”; de pertencer a uma raça
de covardes, de babacas, de medrosos. Medo de quê? De um partido, merda de um
partido que até hoje só fez a nossa desgraça? Quantos de nós estão agora
morrendo nas mãos de assaltantes, assaltantes que nada mais são que o resultado
de tanta roubalheira, roubalheiras que tanto nos envergonham? Me lembro agora
quando estava preso em Lagoa Santa, cumprindo 15 dias de prisão sem fazer
serviço, impostas por quem se acha o dono da Capitania Hereditária do Maranhão,
o Zé Sarney. Um “Brigadeiro” foi lá, “me visitar”; pastinha 007 nas mãos, que
eu sabia ser um gravador; entrou na sala e foi logo rindo e perguntando, como
se eu fosse um coronelzinho qualquer: -- Maciel, “quem escreveu” esse artigo
que você publicou no “Jornal do Brasil”? Mas que pergunta, Brigadeiro? O “senhor”
devia me perguntar porque “eu” escrevi o artigo! E eu, pensando comigo mesmo: -- “Fedido,
fedido e meio”; se “o senhor” quer saber tudo e de tudo, nem precisa perguntar;
pode abrir essa pastinha, que vou lhe dizer o porquê de tudo. E não deu outra; depois
de mais de uma hora contando tudo, ele se levantou, aperou minha mão, e foi se
embora, dizendo estar satisfeitíssimo com o que acabava de ouvir. Os novos
donos da minha querida Força Aérea pensavam que eu era uma espécie de “boi de
piranha” à serviço do Ministro Délio Jardim de Matos, que nem desconfiava que
eu existia. Não quero me fazer de “machão-machão”, mas tenho que dizer, como
dizia minha querida vovozinha: -- Meu filho, coragem não é como preguiça, que
todo mundo tem...
Coronel Maciel
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