Carlos Heitor Cony,
escritor, jornalista, membro da Academia Brasileira de Letras, fazia parte da
turma de brasileiros que ficaram ricos, famosos e mal-agradecidos aos velhos
generais de 64! -- Cony recebeu dos cofres públicos uma indenização de um
milhão e meio por ter sido -- segundo ele -- um dos mais “perseguidos” pelos
generais e por isso recebia uma pensão vitalícia mensal de vinte e três mil, tudo
livre de imposto de renda! Nas suas crônicas, ele nunca esquecia de alfinetar
aqueles velhos generais, todos hoje mortos; e são poucos, muito poucos, os “amigos”
que têm coragem de defendê-los! Cony gostava de lembrar um caso acontecido
durante a “Ditadura”; diz ele: -- Foi exatamente na hora quando o presidente
Castelo Branco saltava do carro para inaugurar uma conferência no hotel Glória,
no Rio, quando, junto com “sete amigos”, demos a maior vaia no presidente, que
ia inaugurar uma conferência da OEA: -- Quando o marechal saltou do carro,
começamos a vaia. Não sei o que me deu na hora, pois gritei o mais alto que
pude -- Filho da puta! -- Fomos presos! Cony se vangloria de dizer que este foi
um dos episódios “mais marcantes” na sua vida: chamar o presidente Castelo
Branco de filho da puta!
Não sei se Cony realmente
lutava contra a “ditadura”, ou se já “vislumbrava”, lá longe, a cama onde
dormiu tranquilamente durante quase toda sua longa vida. Como dizia Millôr
Fernandes, ao recusar “indenizações”: não era ideologia, era investimento! Quem
seria o grande “filho da puta”, nesta historinha à toa? – Ele, Cony, ou o
insigne marechal Humberto de Alencar Castelo Branco?
Coronel Maciel.
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