Pousos de emergência;
ou: como é fácil criticar.
Quem sou eu para
criticar pilotagem de aviões tipo B-777 ER, quando o máximo que consegui chegar
foi no C-130, coitado, que hoje que não chega nem aos pés desse que pousou em emergência,
lá nos Confins das Minas Gerais. É muito fácil criticar “erros do piloto”, erros
que, na minha mais que duvidosa opinião, são causas de mais de 90% dos
acidentes. Uma das panes que mais “metem medo” na vida da gente, é pane
elétrica; é cheiro de fumaça em voo. Eu sempre achei que não basta um piloto
ter dez, quinze, vinte mil horas de voo, para ser considerado um bom piloto.
Não! -- Muito mais importante; o que realmente interessa é que na hora “H”, na
hora do alerta vermelho, na hora do “pega pra capar”, com o “olho da bruxa
aceso”, ele mantenha a calma, mantenha o sangue frio. Da mesma forma que de
nada adianta um piloto fazer outros tantos pousos perfeitos; “pousos
manteigas”, como são conhecidos nas “gírias” aeronáuticas. É o pouso que os
passageiros mais adoram e batem palmas com vontade, dando vivas ao comandante.
Mas, o primeiro “vacilo” pode ser o pouso fatal. É muito fácil voar; e com céu
azul, com céu de brigadeiro até minha vó voa bem, ainda mais hoje, com esses
incríveis “avionics” para ajudar. Já voei com pilotos “bonitões”, fortões, “gauchões”,
olhos azuis, mas que na hora do perigo, de fogo no motor, desculpem a
expressão, se cagavam todo; assim como já voei, ou já voamos, com pilotos tipo “aratacas”,
desses feios como o diabo, como eu, mas que na hora do perigo, tiravam de letra
qualquer emergência. Esse caso agora, está me parecendo que o B-777 estava
pesadão demais; com pane elétrica, não sei se com cheiro de fumaça, e sem poder
alijar combustível, cruzaram a cabeceira da pista em alta velocidade, e, “com
medo de varar a pista”, meteram o pesão nos freios, estourando não sei quantos
pneus; mas, graças a Deus e principalmente aos freios, não vararam a pista.
Como falei no início: é muito fácil
criticar...
Coronel Maciel.
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