Grande Machado de
Assis. O seu humor era implacável: -- Há gosto para tudo! Machado nos conta um
pedaço da história do Brasil a partir da eternidade. Escreve do além; do além-túmulo!
Brás Cubas é um narrador “defunto” e assim sendo, sem compromissos com ninguém,
ele nos conta como era a alta burguesia parasitária do Brasil na época do
Segundo Império. O próprio Brás Cubas, ele mesmo, se representa como o mais
completo parasita.
O General Ernesto Geisel
foi eleito presidente com 600 votos, contra 63 do “anticandidato” Ulysses
Guimarães. Se o Lula é apaixonado pela caninha há 51, Ulisses era apreciador do
“poire”. Político profissional, Ulisses costumava se reunir com seus
correligionários para debater assuntos políticos, e principalmente
“econômicos”, em rodadas contínuas de poire, o destilado de pera. Por essa
razão, a imprensa na época se referia ao grupo como a "Turma do
Poire".
Mas os nossos milhões
de brasileirinhos, cansados de viver nas alturas, caíram na conversa dos
guerrilheiros tupiniquins; dos politiqueiros profissionais e mergulharam de
cabeça no mundo da desordem, da lama, do crack, cocaína, roubalheira, mensalões
tudo o que Geisel profetizou que aconteceria caso o povão quisesse a “abertura
política”, e chegou a dizer: chegará o tempo que o povo sentirá saudades da
ditadura... -- Dito e feito! -- Esse tempo chegou...
E continuam a me
perguntar: Coronel, não chegou a hora de outra 64? -- O quê? -- Outra revolução?
– Deus nos livre! -- Só fizemos lambanças... Militares nunca mais...
“Hoje vocês é que mandam”... Falou, tá falado/Não
tem discussão, não.
A minha gente hoje anda/Falando de lado e
olhando pro chão
Viu?
Vocês que inventaram esse Estado/Inventaram de
inventar/Toda escuridão.
Vocês que inventaram o pecado/Esqueceram-se de
inventar o perdão...
Há gosto pra tudo...
kkkkkkkkkkkkkkkk
Coronel Maciel.