sábado, 16 de fevereiro de 2013

-- Atire a primeira pedra!


Covarde eu sei que podem chamar

Porque não calo no peito esta dor

 Atire a primeira pedra ai,ai.

Aquele que não sofreu por amor... (Alguém se lembra do Ataulfo?).

Escribas e fariseus trouxeram à presença de Jesus uma mulher surpreendida fazendo amor, no melhor dos adultérios! -- A lei de Moisés manda que tais mulheres sejam apedrejadas! -- O que dizes tu? -- Jesus continuava a escrever na terra com o dedo. Como os “demônios provocantes” insistissem na pergunta, Jesus então lhes disse: -- Aquele que dentre vós nunca pecou, que atire a primeira pedra! -- e continuou a escrever com o dedo no chão! Só por essa frase gigantesca Jesus se tornou para mim na figura mais romântica do mundo, embora com as arbitrariedades que caracterizam os homens (mulheres também!) românticos! Jesus foi o homem mais carismático, o mais forte, o mais importante, o mais inteligente, o mais incompreendido da humanidade! Mas, e que me perdoem os que acreditam, não era filho de Deus; como também não, nenhum daqueles Deuses e filhos de Deuses da Mitologia Grega. (Tenho o maior respeito pelos que acreditam em qualquer divindade e nos seus filhos.)

Mas o que eu queria mesmo lhes dizer, meus amados ouvintes, é que hoje fui cortar os meus cabelos brancos até demais no meu antigo barbeiro. Os meus cabelos estavam iguais ao do papa Benedito; branquinhos, branquinhos. Mandei cortá-los à moda Cadete do Ar! Conversando sobre a “queda do Benedito”, o meu barbeiro, “crente até debaixo d’água”, deu um leve muxoxo de desprezo. A única pessoa, o único, que lhe importa e interessa, é Jesus. Eu disse a ele que eu só acredito em santos (e santas) que foram grandes pecadores. Como santo Agostinho; como santa Madalena e tantos outros. Assim com pecar. Pecar -- para mim e muitos outros grandes pecadores – “é não pecar”... Assim como amar: para mim não existe amor sem “tesão”... -- Amor sem tesão, vira “amizade”... – Como assim? – e amor de mãe? Nesse caso, seu barbeiro, é muito mais que amor: é ternura! – Agora: amor de filho pela mãe; ou de filha pelo pai, quando entra tesão no meio é caso para ser explicado pelo Sigmund. – Quem? – O Freud, o Papa da Psicanálise, seu barbeiro. -- Quem é esse, que eu não conheço? -- Já cortei o cabelo dele?

Amor de amantes; amor apaixonado de poetas, seresteiros, namorados é com tesão, seus barbeiros... -- Arre égua! -- Quanto mais eu rezo mais me aparece assombração, me diz, com um leve sorriso de satisfação, o meu assombrado barbeiro.

Coronel Maciel.