É mais fácil morrer ou
viver por um amor, por uma causa, por uma religião? Ontem, “caminhando contra o
vento” por uma rua qualquer perto de onde eu moro, encontro com um
desconhecido, um português que fumava tranquilamente seu cigarro, em pé, numa
calçada. Paro, olho e digo: há muitos, muitos anos que parei de fumar; mas até
hoje sinto saudades quando vejo alguém fumando assim, tão prazerosamente!
Há pessoas que
simpatizamos, na hora; o contrário também acontece. Era um português; um
português culto, “deveras inteligente”. (O que é ser inteligente?)
Pergunto:- - Portugal
vivia melhor nos tempos de Salazar? – Se você usar o bom senso verá que sim! --
Conhece a Índia? A índia do Vasco da Gama? A Índia das especiarias? A Índia da
pimenta do reino? – Sim. – A Índia vivia melhor com Nehru ou Gandhi? -- Se você
for a favor da tecnologia, da indústria, comércio; do progresso, da modernidade;
se pensar a favor da Índia, o melhor foi Nehru; agora, se você for a favor de
“baboseiras sentimentais”; de viajar em trens de última classe, apinhados de
pobres indigentes, morrendo, passando fome, então vote em Gandhi...
Perguntou: -- E no
Brasil? A ditadura dos generais, ou ditadura do proletariado do PT? -- Igual a
Portugal, igual à Índia, respondo. -- Veja a seca que está matando gado e
matando gente de fome no sertão, aqui bem pertinho de nós: o governo prefere
gastar fábulas, rios de dinheiro para construir um estádio de futebol, para
assistir a quatro jogos do mundial... E o Brasil, todo mundo sabe, não está em
condições de sediar nem copa do mundo de pelada de praia...
E os “americanos”,
pergunto eu: -- Uma enorme “bolha de ilusões”, pronta para estourar! Ainda mais
agora nas mãos de um “crioulão” que mais parece um macaco, responde com um
forte sotaque português. Prossegue com língua afiada dizendo que uma
organização conservadora de brancos americanos acusa Barack Obama de
tirar dinheiro de quem trabalha duro para dar a quem não faz nada, e completa dizendo
que “ninguém sabe ao certo de onde ele veio”... -- E Deus, volto a
perguntar: “É mais brasileiro, ou mais
português”? -- Muito pouco os Deuses nos dão, e este pouco é falso, responde.
-- E a morte? -- A morte? -- A morte, ora essa, é tanto punição pelo mal que
nós fazemos, como “recompensa” pelos bens que fazemos aqui na terra. -- Céu ou
inferno? -- Tudo mentira; não existe céu, nem existe inferno; não há estrelas
para nos guiar...
“As torres que se
elevam para os céus; os palácios encantados; as igrejas majestosas; o próprio
globo terrestre e tudo o que lhe pertence, hão de sumir-se um dia! Somos feitos
da mesma substância de que são feitos os sonhos”, dizia aquele velho bardo
inglês...
Coitados de nós, de mim
principalmente: -- Homens sem esperanças...
Bobagens, velho corona!
-- Tudo é carnaval!
Coronel Maciel.