segunda-feira, 19 de maio de 2014

Fruta proibida.


Não sei se os meus “amados ouvintes” gostam de ler Jorge Amado.  Eu gosto. Apesar de ele ser, ou ter sido “comunista” (sou anticomunista ferrenho, mas no campo intelectual; não gosto de comunista tipo Stalin, Fidel Castro, Dilma Pasadena e outros da sua estirpe...) gosto de ler suas histórias com aquele doce sabor das maresias dos mares da Bahia; histórias de lindas mulatas, mulatas dessas verdadeiras, mulatas até debaixo dos sovacos, dessas da cor de chá de sabugueiro, de bunda de tanajura; dessas iguais aos saveiros balançando nas ondas dos mares, como bem dizia Pé-de-Vento para o “Doutor Menandro”, que voltava de demorada viagem pelas “estranjas” elogiando as francesas, estalando a língua e dizendo que “mulher igual à francesa não existe”, quando então Pé-de-Vento, até então respeitosamente calado, não se conteve: -- Doutor, vosmicê me adisculpe, vosmicê é homem sabido, inventa remédio para curar doença, ensina na Faculdade e tudo mais. Mas me adisculpe a franqueza: eu nunca dormi com francesa, mas lhe garanto que elas não ganham para mulata nenhuma! -- Não sei se o doutor já prevaricou com alguma delas; mas no dia que vosmicê  pegar uma na cama, nunca mais vai  querer  saber de francesa nem para lhe coçar as brotoejas...

Se faço esse arrodeio todo, é por causa de uma notícia que acabo de ler nos jornais afirmando que “mais de mil mulheres belas e católicas do mundo inteiro”; freiras, freirinhas, madres superioras, Tutti Quanti, pedindo ao Papa Francisco que acabe de uma vez por todas com essa história de celibato na Santa e Amada Igreja Católica, verdadeira tortura, muito pior que serem crucificadas, mortas e sepultadas,  para elas que amam e são amadas por padres, bispos, cardeais; coisas de amor (a carne é fraca...) que  acontecem, aconteceram e  acontecerão sempre às escondidas, enquanto persistir esse grande pecado que é esse  tal de celibato.

Uma das mais antigas e sempre embriagadas personagens do Jorge Amado nos conta que conhece homens que conseguem passar até uma semana sem derrubar suas mulatas nas areias quentes das praias; outros, e esses ele só “ouviu falar”, que conseguem passar até um mês sem cumprir com suas obrigações, mas que esses ele não acredita que possam existir.

Imaginem esses pobres coitados que passam a vida inteira envoltos em suas batinas, mas ouvindo atentos nos cantos escuros dos seus confessionários as mais belas histórias de amor e tantos outros casos de chifres e traições, sem nunca poderem provar da fruta...

Coronel Maciel.

 

 

s

4 comentários:

Anônimo disse...

Maciel, muito bons teus comentários sobre o celibato sacerdotal. Parabéns!

57-18 Brasil

Anônimo disse...

Caro Coronel como sempre muito agradável o texto. Entretanto no mérito da questão vejo daqui a pouco o aborto, casamento gay e por aí vai.
Se alterar tudo isso a religião não seria outra?
Ora se é tão difícil assim e com as mudanças a religião seria outra, é melhor essas pessoas mudarem de religião e deixar a católica em paz. Não é?
Grande abraço.
Francisco.

Anônimo disse...

Vamos aguardar a resposta do pontífice junto com os argumentos dele.
Grande abraço.

Anônimo disse...

Caríssimo Maciel, esse pessoal poderia mudar de religião ou criar uma nova do jeito que querem. Não querem estudar (teologia) e assim ficam dando cabeçada por aí.
Abraços.