Operação Militar!
Já que é impossível dar
o “reverso” no avião Brasil, prestes a “varar a pista”, e cair no abismo,
deixe-nos pelo menos relembrar um pouco aqueles nossos velhos tempos, quando
éramos felizes e não sabíamos. Num sábado de uma bela manhã, bela e muito fria,
decolamos de BQ eu e o Tenente Tomé, num Beech “Mata Sete”, para Congonhas,
onde nos esperavam dois professores e uma professora, todos franceses,
convidados do Brigadeiro Camarão para uma Conferência para os alunos,
professores e muitos convidados. Decolamos e, após alguns minutos, pane de
motor. Informado do imprevisto, o Camarão me chama para um “particular”, e me “paga”
uma missão quase impossível: ir buscá-los num “Regente”. Ora, o Regente vocês
sabem como ele era. Perguntei: Mensagem à Garcia, Brigadeiro? Ele confirmou com
aquele seu olhar de quem, digamos, confiava no “taco do subordinado”... rsrsr. Pousei em Congonhas, ferindo todas as Regras
de Voos Visuais e Instrumentos. Quando fui fazer o Plano de Voo, com os
passageiros prontos para o embarque, fui informado que, por ordem superior, eu
estava preso, impedido de voar. Ora, estávamos em plena “Revolução’, e só me
restava uma única alternativa: colocar no Plano de Voo, “Operação Militar”!
Decolamos e chegamos são e salvos em BQ, para alegria do Camarão. Mas,
Brigadeiro, disse-lhe eu; vem bronca pesada por aí. Relatei todo o ocorrido,
quando ele, sorrindo, então me disse: -- Deixe, comigo, Fura Bola; não se
preocupe; e partimos todos juntos para o início de Conferência... kkkkk
Coronel Maciel.
Um comentário:
Servi em Belem como 2º Ten Av durante o periodo 74 inicio de 76 quando Brigadeiro Camarão era comandante do 1º Comar. Foi um dos melhores periodos de minha vida. Voavamos os c-47, as vezes lotados ate o banheiro, por todos os recantos da Amazonia, a tambem pernas para o Rio e S Paulo, Brasilia. Voamos muito e aprendi muito nessa epoca. Eram voos as vezes arriscados como vc sabe, sem auxilios a navegação, pousando em pistas feitas a beira de estradas etc, levando e lotando o avião com toneis de combustivel (Deus nos livre de monomotor, pois tive dois) e logicamente transportando carga e gente. Eram tempos, para mim, de aventura e de prazer. Sinto saudades disso tudo. Ha muito tempo ja não voo mais a não ser no meu computador. Hoje em dia o que precisamos é de mais "Brigadeiros Camarão" nesse pais. Homem de fibra, coragem e desbravador.
Postar um comentário