“Pé de Lã; ou “Operação
Capitu”.
Eu mesmo não tenho a
menor dúvida que a Capitu, aquela do Machado de Assis, chifrava, ou melhor
traia, ou enganava, ou como queiram, o Bentinho; e que o Escobar era um verdadeiro
pé de lã, sacana, enganador, pois até hoje ele consegue enganar muitos leitores
do Machado. Eu, não! Assim como desde o
início eu sempre desconfiei que o Joesley, esse da JBS, nunca confessou todos
os seus pecados para os padres da Federal. Resultado: está em cana novamente. Quando
pela vez primeira eu fui me confessar, vésperas da minha primeira comunhão, minha
querida e saudosa vovozinha, que desconfiava muito de mim, foi logo me dizendo:
-- Meu filho, conte tudo pro padre, tudinho, não minta, senão você pode ir para
o inferno, fazer companhia pro Lutero; naqueles tempos, não digo me cagava todo,
porque é feio, mas eu tinha o maior medo do inferno, e do tal Lutero. Fiquei
muito mais apavorado ainda quando ela me disse que a gente pecava por
pensamentos, palavras e obras; tô “fudido”, então pensei e perguntei se também
a gente pecava por “sonhos”, pois quantas e quantas vezes eu acordava todo
melado, sonhando com a Marta Rocha, aquela que perdeu por “duas polegadas a
mais”. Fiz então uma espécie de “Rol”, igual a rol de roupa, e fui me confessar;
contei tudo pro padre; tudinho. -- “Credo”,
me disse ele, pois os fatos confessados o deixaram muitíssimo impressionado. Daí
então nunca mais me confessei...
Coronel Maciel.
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