Era uma vez um
Brigadeiro; mas Brigadeiro mesmo; dos bons, que se chamava Camarão. Comandou uma Escola situada “entre montanhas
e céu de anil”; uma Escola que “prepara para o futuro os jovens do Brasil!”.
Certo dia ele me chamou
para um particular, me “pedindo” para executar uma missão dessas tipo “impossível”.
(Naquele dia o nosso “Beech Mata-Sete” que havia decolado para fazer a missão,
no caso missão possível, havia regressado “monomotor”, após míseros dez minutos
de voo. Os pilotos: eu e o tenente Tomé). Todos os outros “aviões” estavam
indisponíveis, só restando o “Regente”, que, como vocês sabem, não chegava a
ser bem um “avião” rsrsr...
Conferência importante
e improrrogável. Convidados importantes da cidade, além de professores,
oficiais e alunos, alunos que na época do Camarão passaram a ser chamados de “Pré-Cadetes”.
O início estava marcado para duas da tarde.
Não sei por que o Camarão
sempre me escalava para essas tais missões, missões quase sempre recusadas
pelos oficiais pilotos mais antigos. Ora, eu aceitava todas! pois, como vocês todos
já sabem, o meu maior vício sempre foi voar;
voar, voar e voar, e, nas horas vagas, amar e tocar violão rsrs...
O Camarão me falou assim baixinho:- --“Fura –
Bolo”, era assim que ele carinhosamente me chamava; pegue o Regente e me traga “de
qualquer maneira” “eles” aqui, “ordenou-me” brincando e sorrindo. “Eles”, eram
três franceses recentemente chegados da França (a esposa do Camarão também era
francesa; dona Sofie), que iriam fazer a
tal e intransferível conferência. O Camarão seria o tradutor; ele falava várias
línguas, entre elas o grego...
Mensagem à Garcia, Brigadeiro? -- Ele me
olhou, sorriu e confirmou com um sim, com aquela sua cabeça bem branquinha.
Congonhas estava
fechado para operações visuais; o Regente, vocês conhecem. Pois bem: Decolei de
Barbacena e pousei em Congonhas, para surpresa e incredulidade geral dos pálidos controladores
de voo. Logo apareceu um oficial muito
mais antigo que eu para me dizer o óbvio: que eu havia cometido uma grave
infração às regras de voo claramente estabelecidas e tal e coisa e coisa e tal e outros ameaçadores blá-blá- blás; e que
por ordem superior eu estava impedido de decolar. Só faltou me prender!
Nessas alturas dos
acontecimentos, com os franceses já a bordo do meu branco e assustado Regente,
fiquei na dúvida até onde eu poderia avançar. E avancei, colocando no plano de
voo “Operação Militar”!
Era o ano de 1967. A
Revolução voava alto, iluminando os céus do Brasil! Pois bem e encurtando a
história:- - Pousei em BQ bem em cima da hora, para enorme alegria e grata
satisfação do Brigadeiro. -- Missão cumprida, Brigadeiro! -- Mas... vem
"bronca" pesada por aí. Contei-lhe tudo. Ele sorrindo me
despreocupou.
Não foi daquela vez que
me cortaram as asas na FAB, pois o Camarão “comportou-se” como um verdadeiro “Anjo
da Guarda”!
Jamais o Camarão haveria
de me deixar perdido e nas mãos das “feras” ... kkkkkk
PS:- - Será que vocês
já não estão “cheios” desses meus “diários” blá-blá-blás?... rsr
Coronel Maciel.
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