Pois é, Paulo Pinto,
vulgo PPI... Aconteceu também comigo! Na mesma noite-madrugada da minha viagem
para Campos, enquanto todos os nervosos cadetes se preparavam, cuidadosamente,
para a tal viagem, eu me encontrava em Marechal Hermes, numa festinha de
aniversário de uma “menina” que conheci naqueles bailes no nosso cassino,
naqueles amorosos fins de semana, única alegria dos “laranjeiras”. Para quem
não sabe, laranjeiras eram os cadetes nascidos longe do Rio e que não tinham
para onde ir nos fins de semana, como eu, nascido na distante Belém do Pará.
Decolei no meu lindo
T-6 e, feliz da vida, segui a tal “rota do litoral”, pois me haviam dito que
cruzando o Rio Doce, lá se encontrava a linda cidade de Campos dos Goitacazes. Só
que não estava na foz do rio, como eu esperava. Rodei, rodei e rodei e não encontrei
Campos. Foi quando resolvi consultar a carta de navegação WAC, que tanto você
conhece. Mas, como a capota do T-6 estava aberta, lá ela se foi, sugada pelos
ventos, a minha última esperança de encontrar Campos.
Voltei e pousei em
Saquarema, um dos locais de controle da viagem. O tenente controlador, surpreso,
perguntou o que tinha acontecido, e depois de rápidas e risíveis explicações, perguntei
se eu podia “roubar” um pouco do seu combustível, pois eu estava com muito “medo”
de sofrer uma pane seca, caso prosseguisse para os Afonsos. Pedido negado e
decolagem não só autorizada, como “obrigada”...
Decolei, como se diz,
com “o cu na mão”. Tanto que pousei nos Afonsos com o olho da bruxa aceso. O
Coreixas, Major Coreixas, -- chefe do Estágio Avançado, bastante meu conhecido (foi
meu “checador”) -- chamou-me para explicações, quando lhe contei tudo, tudo,
tudo, inclusive a tal festinha, pois nunca gostei de mentir.
Mas quase que eu fui
encaminhado para uma “conversinha baixa” com o “Lobão”. Felizmente fui salvo
pelo Coreixas. Tanto é que acabei saindo Aspirante-Aviador, hoje com minhas
treze mil horas bem voadas e -- como gato escaldado tem medo de “entrar em fria”
-- nunca mais me perdi e, modéstia à parte, durante todo esse tempo nunca dei o
mais leve arranhão “nos meus aviões”, os quais, como todos nós sabemos, devem
ser tratados como devem ser tratadas todas as mulheres do mundo:- - Com muito
cuidado; com muito carinho; com muito amor; com muita “finesse”, se não... “a casa cai”... Ou melhor, o avião
cai... kkkkkkkk
Coronel Maciel.
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